"O Japão informou os governos aliados de que aceitava a rendição indicada de Potsdam", titulava no dia 11 de agosto de 1945 o Diário de Notícias, dando conta de que a II Guerra Mundial acabava com a rendição do Japão, "sob condição de não ver atingida a sua soberania ou a pessoa sagrada do imperador Hirohito". No dia 9 de agosto, os EUA tinham lançado a bomba atómica sobre Nagasaki.."Se é certo que a supremacia aérea e naval dos Aliados, a descoberta de uma nova e terrível arma - a bomba atómica - e a súbita ofensiva russa na Manchúria na Coreia e na Mongólia criaram ao Japão uma situação não apenas grave mas crítica, não é menos verdade que o Exército japonês se encontra praticamente intacto e que a dureza do carácter nipónico, aliada à sua bravura indomável, torna pouco seguro ou, pelo menos, menos, pouco rápido, o efeito dos fatores psicológicos", lê-se..A guerra no Pacifico começou a 7 dezembro de 1941, com o ataque-surpresa do Japão à base americana de Pearl Harbor..Ainda na primeira página, o DN publicava uma foto da reunião de Potsdam, na Alemanha, onde os aliados discutiram a derrota do Japão. E questionava: "Os militaristas japoneses opõem-se à rendição?", dando conta de que "peritos da língua japonesa" tinham ouvido a Rádio Tóquio anunciar que o ministro da Guerra tinha-se oposto à oferta de rendição.