James Corden nos Grammy. Uma recente mas meteórica ascensão
Há apenas dois anos, não será arriscado pensar que poucos fora do Reino Unido o conheciam. Hoje, é um rosto mundialmente reconhecível, fruto do seu salto em popularidade com a apresentação do programa norte-americano Late Late Show, desde março do ano passado, e o sucesso viral da sua rubrica Carpool Karaoke. Aos 38 anos, James Corden acaba de ser eleito o apresentador da próxima cerimónia de entrega dos prémios Grammy, os mais importantes da música, que decorre a 12 de fevereiro no Staples Center, em Los Angeles. Mais: será o primeiro britânico anfitrião da cerimónia em 56 anos de história destes galardões, sucedendo a nomes como Ellen DeGeneres, Jon Stewart, Billy Crystal e LL Cool J (o apresentador nos últimos cinco anos consecutivos).
"Sou honesto quando digo estar honrado por apresentar os Grammys. É o maior e mais prestigiado evento de música e sou um sortudo por vir a fazer parte de uma noite tão especial", declarou Corden, elogiado pelo presidente da Academia Nacional de Artes e Ciências Discográficas, encarregada pelos Grammys. "Graças ao Carpool Karaoke, temos feito uma viagem incrível com ele. Não poderíamos estar mais entusiasmados em receber a sua paixão e entusiasmo pela música, como entertainer e fã que é. Ele tem grandes pisadas para seguir na apresentação desta cerimónia, mas o James é um homem do espetáculo dinâmico e comandante, perfeito para os Grammys", disse Neil Portnow.
Apesar de uma carreira com já 20 anos - sobretudo no humor e na representação, a sua ascensão meteórica só se resume aos últimos dois. Ao ser eleito para substituir Craig Ferguson no Late Late Show, o formato de late-night da CBS, tornou-se um rosto mundialmente conhecido e venceu, neste ano, um Emmy para melhor programa interativo.
A popularidade veio de mãos dadas com o sucesso de Carpool Karaoke, o segmento do seu programa - que criou em 2011 como algo pontual, no Reino Unido, inserido no evento de TV anual e solidário Red Nose Day - e que é um fenómeno viral nas redes sociais. A rubrica, na qual famosos se juntam a Corden para cantar e conversar dentro de um carro, já gerou, no seu conjunto, um total de mil milhões de visualizações no YouTube, com participações de Michelle Obama, Lady Gaga, Adele, Stevie Wonder ou Justin Bieber - Madonna e Bruno Mars, de resto, serão os próximos convidados.
O britânico, que deixou há dois anos o Reino Unido, onde nasceu, em Hillingdon, arredores de Londres, mudou-se para Los Angeles para conduzir o Late Late Show, na companhia da mulher, Julia, e dos dois filhos, Max e Carey. A imprensa internacional estima que o humorista, com contrato até 2018, ganhe cerca de um milhão e 700 mil euros por ano.
Filho de um músico, Malcom, e de uma assistente social, Margaret, a carreira de Corden começou há duas décadas, quando este tinha 18 anos. Foi no musical do West End londrino Martin Guerre e apenas teve uma fala no espetáculo.
Ainda assim, nunca mais parou. A representação foi desde então a sua aposta no Reino Unido, quer em peças de teatro (The History Boys ou One Man, Two Guvnors, pelo qual venceu um Prémio Tony), séries de televisão (Gavin & Stacey, Little Britain, Doctor Who, Teachers ou Fat Friends, entre outras participações) ou filmes, ainda que em pequenos papéis (como em Os Três Mosqueteiros).
A sua boa voz levou-o, até, a dar alguns passos no mundo da música, ainda que meio como brincadeira. James Corden já participou em três temas lançados. A primeira aventura, dentro do coletivo Shout for England, de apoio à seleção inglesa, levou o tema Shout ao primeiro lugar da tabela de vendas britânica, em 2010. Há um ano, fez um dueto com a cantora australiana Kylie Minogue, sua amiga, na canção Only You, e, neste ano, repetiu o feito com o ator e cantor Bret McKenzie (que participou nas sagas O Senhor dos Anéis e Hobbit) com a música The Greatest Gift.
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