Já tinha sido condenado por violação e voltou a ser preso por atacar turista

Voltou a ser condenado um pescador de Azenhas do Mar conhecido por justificar os ataques a mulheres com o argumento de que é provocado pelas vítimas.
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Chegou ao tribunal de Beja acusado de violação na forma tentada e com antecedentes criminais graves, que já lhe tinham valido uma pena de prisão de nove anos. Um pescador de Azenhas do Mar (Odeceixe), de 53 anos, que é conhecido por justificar os ataques a mulheres turistas - sempre estrangeiras - com o argumento de que é provocado pelas vítimas, voltou a ser condenado.

Desta vez, o tribunal aplicou-lhe dois anos e nove meses de cadeia, por ter tentado violar, com recurso a uma navalha, uma jovem australiana, de 23 anos, que conseguiu escapar, apesar de ter sido agredida com violência.

O caso remonta a março, quando a turista passeava numa zona isolada entre as praias da Amália e do Carvalhal, próximo de São Teotónio (Odemira). O homem perseguiu a jovem até ao local mais isolado da rota e quando lhe saltou ao caminho começou por tentar tocar as partes íntimas da vítima. A turista ainda procurou escapar por duas vezes, mas numa terceira incursão o homem puxou por uma faca e ameaçou a rapariga, chegando a atirá-la ao chão.

Porém, a jovem viria a oferecer resistência e conseguiu afastar o homem, que pegou numa pedra com a qual atingiu a vítima, procurando detê-la, segundo o relato feito pela turista às forças de segurança. Mas perante os gritos da vítima, o agressor acabou por desistir e fugiu para as Azenhas do Mar, onde foi encontrado e detido pelas autoridades dois dias depois.

É que a vítima apresentara queixa na GNR de São Teotónio e perante a discrição do crime, a PJ não teve dúvidas de quem se tratava. Bastou consultar o cadastro do pescador, que tinha no "currículo" três tentativas de violação, em setembro de 2001, março de 2003 e agosto de 2004, ano em que chegou a violar uma mulher. Crimes que lhe valeram os nove anos de prisão, depois de também ter sido acusado de coação sexual sobre outra jovem. Viria a cumprir apenas sete anos, ficando em liberdade em 2012.

À população de Azenhas do Mar justificava sempre os atos com alegadas provocações das vítimas, mesmo depois de ter cumprido os sete anos de pena. Aguarda julgamento em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Beja.

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