Já morreram 91 pessoas em acidentes de trabalho este ano
Em Portugal já morreram este ano 91 pessoas em acidentes de trabalho, sendo o setor da construção civil aquele que mais casos registou, seguido das indústrias transformadoras, de acordo com dados da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT).
Na quinta-feira deu-se o mais recente acidente de trabalho, quando um homem morreu após ter sido atingido por uma estrutura metálica, nas obras do futuro Centro de Artes e Tecnologia da EDP, no espaço do Museu da Eletricidade, em Lisboa.
Os dados da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) referem-se até 24 de outubro passado, sendo que, em comparação com os últimos dois anos, há menos vítimas mortais, embora ainda falte cerca de um mês e meio para o final de 2014. De acordo com os números disponibilizados na página da ACT, comparativamente, em 2012 os acidentes de trabalho mataram 149 pessoas. Em 2013, os acidentes de trabalho fizeram 141 vitimas mortais.
Dos 91 mortos este ano, 87 eram cidadãos portugueses e quatro estrangeiros, sendo 86 do sexo masculino e cinco do sexo feminino, a maior parte das vítimas rondava entre os 45 a 54 anos e eram operários ou trabalhadores similares.
A causa da maior parte das mortes foram as lesões múltiplas, 24 este ano, 40 no ano passado e 38 em 2012, encontrando-se ainda 35 casos em averiguação em 2014.
Em 16 dos casos, este ano as mortes resultaram do "escorregamento ou hesitação com queda" ou "queda de pessoa", enquanto dez foram por "perda total ou parcial controlo de máquina ou meio de transporte".
A região norte foi aquela que registou mais mortes, com 33 (acontecendo o mesmo nos anos anteriores, com 62 em 2012 e 44 em 2013), seguida da região de Lisboa e Vale do Tejo, com 29 (45 em 2012 e 40 em 2013) e do Alentejo, com sete (onze em 2012 e 15 no último ano).
O dia da semana em que ocorreram mais acidentes este ano foi à segunda-feira, 21 casos, seguido da terça-feira, com 19, enquanto em 2012 o dia mais acidentado foi a terça-feira (31) e no ano passado foi a sexta-feira (33).
Em relação aos acidentes de trabalho graves, e até 24 de outubro deste ano, a ACT contabilizou 232, com o mês de janeiro a ser o mais fatídico, com 45 casos. O distrito de Lisboa foi aquele em que ocorreram mais casos, com 43, seguido do Porto, com 37, e Aveiro, com 23.
O sector da construção é igualmente o mais afetado, com 73 dos casos, logo seguido das indústrias transformadoras, com menos dois.
O norte, com 97 dos acidentes, lidera a região mais acidentada, enquanto Lisboa e Vale do Tejo surgem com 63 e a região centro com 41.