Itália envia para a Suécia refugiados que procuram asilo
O governo italiano enviou ontem para a Suécia um primeiro grupo de cidadãos da Eritreia ao abrigo do programa de relocalização de refugiados no espaço da União Europeia (UE), que vai abranger um total de 160 mil pessoas.
Acompanhados do comissário europeu para as questões internas e migrações, o grego Dimitris Avramopoulos, e do ministro do Interior italiano, Angelino Alfano, 14 homens e cinco mulheres embarcaram no Aeroporto de Ciampino, em Roma. Nas próximas semanas, a Itália vai enviar mais cem refugiados para a Alemanha e para a Holanda. Nos próximos dois anos serão transferidas 39 600 pessoas das quase cem mil que estão em centros de acolhimento em Itália.
O governo de Roma vinha exigindo desde há algum tempo a distribuição de refugiados por outros Estados da UE, alegando ter ultrapassado em muito as capacidades de acolhimento. Itália e Grécia têm sido os países por onde entrou a esmagadora maioria das mais das 500 mil pessoas que chegaram neste ano ao espaço europeu. Ainda neste mês, também refugiados em território grego começarão a ser distribuídos por outros Estados membros.
A questão dos migrantes está a preocupar sobremaneira o governo da Turquia, país que tem no seu território mais de dois milhões de refugiados, sobretudo sírios. Ainda ontem, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros turco, Tanju Bilgic, declarou estarem criadas as condições "para uma nova vaga de migrantes" em resultado da intensificação dos combates na Síria, com as operações aéreas russas a acompanharem o início de uma ofensiva terrestre das forças fiéis a Bashar al-Assad, com apoio de efetivos iranianos e das milícias do movimento xiita libanês Hezbollah.