Israel começou a libertar prisioneiros palestinianos

Israel começou esta noite a libertar detidos palestinianos na véspera do recomeço das negociações de paz em Jerusalém, enquanto, por outro lado, acelera a colonização dos territórios ocupados.
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Dois autocarros, que transportavam prisioneiros, detidos na sua maior parte antes de 1994, saíram da prisão de Ayalon, perto de Telavive, constatou um correspondente da agência AFP.

Uma das viaturas, com 14 detidos, dirigiu-se para o ponto de passagem Erez, na entrada norte da Faixa de Gaza, enquanto um segundo partiu para a cidade de Ramallah, na Cisjordânia.

Pouco depois, um dos autocarros foi visto a entrar na prisão israelita de Ofer, perto de Ramallah, também por um correspondente da AFP.

No seu interior, os 12 detidos naturais da Cisjordânia deverão encontrar dirigentes palestinianos, sendo depois transferidos, num autocarro palestiniano, para o quartel-general do Presidente Mahmud Abbas, a Muqataa, onde está prevista uma cerimónia de receção.

Na cidade de Gaza, familiares e próximos estavam reunidos à espera da chegada dos ex-prisioneiros. Alguns instalaram uma tenda para os receber enquanto outros exibiam bandeiras nas ruas.

No total, devem ser libertados 104 detidos durante os nove meses de negociações de paz previstas entre israelitas e palestinianos.

Este anúncio de libertações segue-se ao anúncio por Israel da aceleração da colonização, autorizando a construção de 942 fogos em Jérusalem-Leste anexada, o que provou a fúria dos palestinianos.

"É uma decisão terrível, que é uma provocação aos palestinianos, aos [norte-]americanos e ao mundo inteiro que se opõe à continuação da colonização", disse à AFP o presidente-adjunto da Câmara de Jerusalém e conselheiro municipal pela oposição de esquerda, Yossef Pepe Alalu.

"A colonização ameaça provocar o fim das negociações antes mesmo de estas começarem", disse à AFP um alto responsável da Organização de Libertação da Palestina, Yasser Abed Rabbo.

No domingo, o Governo israelita tinha autorizado a construção de mais 1.187 fogos na Cisjordânia e em vários bairros de Jerusalém-Leste, onde os palestinianos querem instalar a capital do seu futuro Estado.

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, já considerou as colónias israelitas como "ilegítimas".

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