Isabel dos Santos vende e entrega BPI ao CaixaBank
A maioria dos acionistas de referência do BPI decidiram aceitar a oferta pública de aquisição (OPA) lançada pelo CaixaBank que desta forma deverá ficar dono de um mínimo de dois terços do capital do banco, pois já detém 45% do mesmo. Esta terça-feira terminou o prazo para aceitar a OPA e ao longo do dia alguns acionistas foram revelando as suas posições, uns dando a cara, outros preferindo o anonimato.
Tiago Violas Ferreira, da Violas Ferreira Financial, dona de 2,8% do BPI, foi o primeiro a sinalizar que ia vender a OPA. Não por considerar que a oferta é boa, antes porque não vê qualquer alternativa melhor. Em declarações ao DN/Dinheiro Vivo, o administrador apontou que o seu grupo sentiu-se "empurrado para fora" do BPI, não vendo outra alternativa a não ser a venda. "Não há alternativa à venda, fomos empurrados para fora. Não há qualquer alternativa para quem quiser ficar, a ação do BPI vai ficar com uma liquidez muito reduzida e tecnicamente não valerá a pena", explicou. "Fomos muito maltratados ao longo do processo", disse ainda.
Além de Violas Ferreira, também a angolana Santoro, de Isabel dos Santos, terá decidido vender a sua participação no BPI ao CaixaBank, por 306,9 milhões de euros, segundo avançou o Jornal de Negócios, sem citar fontes. A empresária detinha 18,5% do banco pelo que só esta fatia assegura no imediato o sucesso da OPA. O DN/Dinheiro Vivo procurou confirmar junto da Santoro a intenção de vender na OPA, mas o grupo preferiu não responder. Ainda segundo o Negócios, Isabel dos Santos deu igualmente ordem ao banco BIC para vender os seus 2,2% no BPI aos catalães - a OPA do grupo catalão só foi desbloqueada depois de o BPI ter negociado a entrega do controlo do seu maior ativo, o Banco Fomento de Angola à Unitel, detida por Isabel dos Santos.
Além dos acionistas de referência, também vários minoritários terão dado ordem de venda. Esta tarde, depois do fecho do mercado, decorrerá o apuramento do resultado da OPA em sessão especial de bolsa, altura em que se saberá a posição final do CaixaBank no BPI.