Aidida Porto - mãe de Esmeralda, de oito anos, cuja guarda foi atribuída ao pai biológico - chamou o filho de 24 anos que vive no Brasil para vir depor no tribunal de Torres Novas. Em causa está a alteração do poder paternal da criança a pedido da mãe..O depoimento do brasileiro Luís Porto será a forma de esclarecer as dúvidas levantadas na anterior audiência, quando a irmã de Aidida revelou que esta tinha outros filhos no Brasil e teria deixado de os contactar quando veio para Portugal. .O depoimento da irmã de Aidida deixou muitas dúvidas no ar quanto à sua qualidade de mãe, num momento em que luta pela guarda de Esmeralda. Aidida garantiu ao DN que os filhos que deixou no Brasil são maiores de idade e que tem estado sempre em contacto com eles. Também na próxima audiência será ouvida a mãe de Aidida, Elisa Porto Cardoso, que deverá confirmar esta versão..O julgamento do caso Esmeralda prosseguiu ontem, no Tribunal de Torres Novas, com a audição das professoras da criança e da técnica da Direcção-Geral de Inserção Social que acompanhou os momentos dramáticos da separação da menina do casal que a criou desde bebé, Luís Gomes e Adelina Lagarto, e a entrega da criança ao pai biológico em Dezembro de 2008. .Hortense Duque, professora da escola que Esmeralda passou a frequentar quando foi viver com o pai, na Sertã, disse ter notado uma "evolução no comportamento da menor, com menos momentos de tristeza, ao longo do ano". A docente disse que a menina é uma aluna excelente e manteve bom aproveitamento no ano lectivo passado. A professora, entretanto transferida para outra escola, revelou que Esmeralda evidenciou "sinais de tristeza", que justificou com as "saudades da mãe Adelina e do pai Luís", o casal que criou Esmeralda até aos sete anos..A professora adiantou que passou a dar menos sinais de tristeza, "depois da Páscoa" de 2009, quando começou a falar mais da mãe, com quem ia "sempre muito contente passar os fins-de-semana". Declarou ainda que a menina lhe confidenciou que gostaria de ir viver com a mãe, embora por algumas vezes também tenha dito que gostava de viver com o pai, o que, revela que, "no fundo, gosta de ambas as partes", explicou. .O bom aproveitamento escolar foi também salientado por Célia Carrasqueira, professora que acompanhou Esmeralda desde a entrada na escola do Entroncamento, até Janeiro de 2009, altura em que a menina foi para a Sertã..A docente disse que, "apesar da idade, a menina sabe lidar bem com as emoções". Esmeralda chorava muitas vezes, durante as visitas de Baltazar, mas depois recompunha-se e apresentava um comportamento correcto na aula. ."Nem sei como é que uma criança tão pequena consegue gerir tanto sentimento e tantos problemas", disse. A menina estava "triste" no dia em que se despediu da escola, "porque não queria ir com o pai, mas ficar com a mãe Adelina". Mas, hoje, já pediu às colegas que não a tratem por Ana Filipa, mas sim por Esmeralda, o seu verdadeiro nome e aquele pelo qual é tratada pelo pai.