Irlanda vota nas primeiras eleições pós-resgate dia 26

Coligação entre conservadores e trabalhistas está à frente nas sondagens mas não tem, para já, maioria absoluta de deputados
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Os irlandeses votam dia 26 naquelas que são as primeiras eleições legislativas desde que o país saiu do programa de resgate. O escrutínio adivinha-se renhido, com as sondagens a não darem, para já, uma maioria absoluta de deputados à atual coligação no poder, composta pelos conservadores do Fine Gael e pelos trabalhistas. E espera-se que a economia domine a campanha.

É isso, pelo menos, que quer o primeiro-ministro Enda Kenny. "Há cinco anos a economia estava próxima do colapso. [Agora] as nossas finanças públicas estão de regresso ao caminho certo, a crescer, outra vez... e já não há resgate", declarou o também líder do Fine Gael, num vídeo que colocou no Twitter. O atual chefe de governo sublinhou: "Estas eleições são sobre quem é mais capaz de manter a recuperação".

O segundo Estado membro da UE a pedir o resgate da troika, em novembro de 2010, depois da Grécia e antes de Portugal, a Irlanda beneficiou de empréstimos de 67,5 mil milhões de euros. Três anos depois, em dezembro 2013, tornou-se o primeiro país do euro a sair do programa de resgate (e sem recurso a programa cautelar). A economia irlandesa cresceu 7% no segundo trimestre de 2015 (a portuguesa cresceu 1,5%) e, de acordo com o ministro das Finanças da Irlanda, Michael Noonan, o défice no ano passado terá sido de 1,5% do PIB e, em 2017, será de 0,75% (em linha com que são as exigências dos tratados da UE).

Mas apesar do bom desempenho económico, nem toda a gente parece beneficiar da retoma e muitos eleitores poderão sentir-se tentados a votar noutras formações (embora não haja na Irlanda um fenómeno comparável ao Syriza grego ou ao Podemos espanhol).

Porém, o Sinn Féin, partido nacionalista que defende a união num só país da ilha da Irlanda, pode subir e, segundo as últimas sondagens conhecidas, disputa o segundo lugar com o partido da oposição Fianna Fáil. Os inquéritos de opinião dão ao Fine Gael cerca de 30% das intenções de voto, referiu a agência Reuters, o Labour da vice-primeira-ministra Joan Burton surge com 10%, ficando a dez deputados da maioria absoluta, que se situa nos 83 eleitos.

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