Ir ao festival fazer política à porta

O que são aquelas t-shirts azuis? Jovens procuram assinaturas
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Há a música, o hip hop do segundo dia de Super Bock Super Rock, a cerveja a escorregar, a vista para o rio Tejo e para as cabinas do teleférico, a guitarra do artista Bordallo II a servir de cenário às fotos do dia, as tranças holandesas a la Kardashian, os microcalções de ganga esfrangalhados, os gelados à borla e, dizem, hipocalóricos, um festival de marcas em que até a bifana passou pelo departamento de marketing, brindes, graffiti, os termómetros a bater nos 30º, corridas para encontrar o melhor lugar junto ao palco e a espera por Future. E, no entanto, a originalidade está à porta e aparece sob a forma de jovens envergando t-shirts azuis, prancheta e caneta na mão, abordando quem passa. Recolhem assinaturas para fundar um novo partido político.

São 14, metade voluntários dedicados à causa, metade promotores contratados, segundo Nuno Santos Fernandes, um dos cidadãos que pertence a este movimento que reúne cerca de 80 pessoas. Desde a Feira do Livro e da Taça de Portugal que se podem ver à porta de grandes eventos. Estiveram há uma semana no Nos Alive. Esta semana, são cinco horas por dia, entre as 15.00 e as 20.00, à porta do Super Bock Super Rock e também do Máres Vivas, em Vila Nova de Gaia, a explicar ao que vão: reunir 7500 assinaturas que, validadas pelo Tribunal Constitucional, hão de permitir a formação do Iniciativa Liberal, um partido que defende a liberdade política, social e económica, e trazer para Portugal esta família política europeia que não está representada. Dizem que o maior número de assinaturas foi conseguido em Algés, 2400 em três dias, esperam idêntico número no Parque das Nações. Na quinta-feira, único dia desta 23ª edição que esteve esgotado, alcançaram 700. Ante as dúvidas sobre a presença neste lugar, garantem que é legal o que fazem, estando num espaço público. Foi o que disseram aos agentes da polícia que os abordaram. "A Constituição permite".

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