Uma investigadora portuguesa está a desenvolver, em Lisboa, um estudo sobre a transmissão à distância, entre duas pessoas, de um pensamento com uma intenção específica e o possível impacto em quem recebe.."Este é um trabalho sobre intenção humana, apesar dos desenvolvimentos recentes sobre a intenção na área da robótica, por exemplo, em que a intenção é usada para comandar braços robóticos ou exoesqueletos em pessoas com mobilidade reduzida", explicou à Lusa a investigadora Anabela Ventura..Este estudo foca-se "só em pessoas e no impacto nelas", sublinhou..[artigo:4993584].O estudo pretende avaliar como se "comporta o cérebro humano quando emite, à distância, sem uma interação direta, a intenção e como reage o cérebro de quem recebe essa intenção", acrescentou a investigadora, que concluiu o mestrado no Canadá na área das neurociências e desenvolvimento humano..Este projeto recebeu uma bolsa de investigação da Fundação Bial e é também parte do projeto de investigação realizado no âmbito do doutoramento de Anabela Ventura em Neurociências na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa..A investigadora recorreu ao 'reiki', uma técnica de relaxamento que envolve intenção..Esta técnica, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), procura trazer uma sensação de bem-estar a quem recebe, podendo ser utilizada em presença ou à distância..No estudo "Intenção e Sincronicidade" é analisado - através do envio de 'reiki' - o perfil eletroencefalográfico de emissores e recetores, ou seja, "o que acontece na atividade cerebral quando há uma intenção", mesmo que à distância.."Será que afetamos os outros? E como é que isso se traduz em atividade cerebral", explicou a investigadora, que regista a atividade neurológica em cinco grupos de participantes voluntários..[artigo:5122624].A atividade elétrica cerebral é medida em 'joules' e 'hertz', nas áreas frontal, temporal, parietal e occipital, utilizando o sistema de medição internacional 10-20, um sistema usado regularmente em neurociências para estudos clínicos e experimentais.."A nossa atividade cerebral exprime-se em diferentes bandas elétricas divididas em frequências, situando-se o intervalo mais usado nas medições entre os sete e os 50 hertz", disse..Licenciada em Comunicação Social, foi a curiosidade pela área comportamental que levou Anabela Ventura a estudar psicologia e a enveredar pela investigação em neurociências e desenvolvimento humano: "Gosto de perceber os mecanismos por detrás dos comportamentos humanos".