Sebastian Kurz, que esta semana soube que está a ser investigado por corrupção, anunciou que vai deixar o cargo de chanceler austríaco, depois de ter sido pressionado a demitir-se. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Alexander Schallenberg, irá assumir a chefia do governo..Numa declaração televisiva, Kurz, de 35 anos, disse que queria "abrir espaço" para garantir que o país tivesse um "governo estável". O ex-chanceler, que indicou que pretende ocupar o cargo de líder parlamentar, disse ainda que "seria irresponsável" deixar o país no meio do "caos ou bloqueio" por causa das acusações, que chamou de "falsas"..A decisão de se demitir surge depois de os Verdes, parceiros minoritários da coligação de governo, terem pedido ao Partido Popular Austríaco (ÖVP, conservador) de Kurz que o substituísse por uma "pessoa irrepreensível"..O agora ex-chanceler viu esta semana o Ministério Público anunciar que está a ser investigado, junto com outras nove pessoas, por suspeita de quebra de confiança e suborno. Investigação desencadeou uma crise na coligação governamental, que assumiu funções em janeiro de 2020..Kurz e pessoas que lhe são próximas foram acusados de tentar garantir a sua ascensão à liderança do partido e do país com a ajuda de sondagens manipuladas e notícias favoráveis na imprensa, financiadas com dinheiro público..Sebastian Kurz, que se tornou líder do Partido Popular e depois chanceler em 2017, negou ter cometido qualquer irregularidade e até este sábado dizia que não se demitia..Os Verdes afirmaram na quinta-feira que a investigação cria "uma imagem desastrosa" e levanta questões sobre a "capacidade de ação" do chanceler.