Abusos sexuais. Procuradora manda investigar dioceses de Nova Iorque
A procuradora-geral do Estado de Nova Iorque, Barbara Underwood, avançou com uma investigação às oito dioceses católicas - e a todas as instituições que delas dependem - para apurar abusos sexuais que sejam do seu conhecimento. A confirmação desta medida foi feita por uma entidade ligada às dioceses e deve-se à suspeita de que tenham sido encobertas situações de abusos a menores.
A procuradora-geral foi hoje muito clara quanto ao que deseja ver esclarecido ao anunciar a investigação: "O relatório do grande júri da Pensilvânia apontou para a existência de atos depravados e perturbadores por parte do clero católico, que contaram com a cultura de secretismo e encobrimento das dioceses".
Segundo a fonte citada pela Reuters que comentou a intimação de Barbara Underwood às dioceses, houve "abusos generalizados a menores que foram encobertos ou dissimulados" e a procuradora-geral pretende que a justiça conheça a sua verdadeira dimensão. O processo decorre desde o mês passado, mas a legislação obriga a partilhar a investigação com procuradores distritais com poder para convocar instâncias estaduais que autorizem a acusação de cidadãos que tenham cometido as referidas ofensas sem ser contrapostas limitações à investigação.
Em resposta, a arquidiocese de Nova Iorque divulgou um comunicado a disponibilizar-se para colaborar na investigação iniciada por Barbara Underwood. Segundo o portavoz Joseph Zwilling da instituição, "não só providenciaremos toda a informação que necessitem, mas como fomos notificados sobre a alegação de abusos, mesmo que a investigação não resulte em acusações criminais, poderemos investigar e destituir do ministério qualquer religioso sobre o qual penda uma credível ou provada acusação da prática de abusos".
A procuradora-geral anunciou a criação de uma linha de apoio para receber queixas de abusos.