A resolução, adotada por unanimidade pelos 15 membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, permite que os reforços usem "de todas as medidas necessárias" para proteger os civis daquele país. .A União Europeia (UE) deverá enviar até 600 militares para ajudar as forças africanas e francesas, atualmente destacadas no território centro-africano, a acabar com os confrontos violentos entre milícias cristãs e muçulmanas..O texto permite igualmente a aplicação de sanções contra os líderes das milícias acusadas de massacres e abusos dos direitos humanos naquele território, não especificando, no entanto, o tipo de medidas a aplicar..A resolução convida ainda o Governo interino centro-africano a acelerar a transição política com a organização de eleições "o mais rápido possível", de preferência no segundo semestre deste ano..Citado pela agência France Presse, o embaixador francês nas Nações Unidas, Gerard Araud, afirmou que esta resolução é "uma nova etapa" nos esforços para ajudar a RCA a sair de um conflito que ameaça a vida de milhares de pessoas, das quais 900 mil já foram obrigadas a fugir das respetivas casas.."Existe um enorme ressentimento e ódio entre as duas comunidades", disse o diplomata, numa referência aos confrontos entre as milícias cristãs e muçulmanas, admitindo porém que existem sinais de alguma melhoria..Gerard Araud afirmou ainda que as Nações Unidas estimam que serão necessários mais de 10 mil 'capacetes azuis' para garantir a segurança na RCA.."O contingente de seis mil soldados da União Africana (Misca) é atualmente considerado insuficiente", sublinhou o diplomata.."O secretariado [da ONU] considera que pelo menos 10 mil soldados são necessários", concluiu..A RCA, país com 4,5 milhões de habitantes, entrou numa espiral de violência intercomunitária e inter-religiosa desde o golpe de Estado de março de 2013 realizado pela coligação rebelde Séléka, dirigida por Michel Djotodia e com origem na minoria muçulmana, que afastou do poder o Presidente François Bozizé..Djotodia tornou-se o primeiro Presidente muçulmano deste país maioritariamente cristão, mas demitiu-se no passado dia 10 de janeiro por pressão internacional por não conseguir travar os confrontos entre cristãos e muçulmanos..Na semana passada, a 20 de janeiro, a presidente da Câmara de Bangui, Catherine Samba-Panza, foi eleita presidente de transição pelo parlamento da RCA..Dias depois, André Nzapayeké, que ocupava o cargo de vice-presidente do Banco de Desenvolvimento dos Estados da África Central (BDEAC), foi nomeado primeiro-ministro.