Instituições de solidariedade receiam ser marginalizadas
O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), padre Lino Maia, disse ontem à Agência Lusa temer a marginalização destas entidades com a transferência de competências para as autarquias.
"Um aspecto que merece a nossa atenção pode ser a reedição de uma tentativa unilateral de transferência de competências da acção social do Estado para as autarquias com desconhecimento dos representantes do sector", afirmou o responsável, considerando que qualquer iniciativa neste âmbito "não pode ser um desincentivo ao exercício do voluntariado e ao envolvimento da comunidade na acção social".
O presidente da CNIS, cuja direcção esteve reunida sexta-feira à noite em Fátima, advertiu que "qualquer sinal desincentivador do exercício do voluntariado e do envolvimento da comunidade pode ter efeitos muito perversos para a sociedade e para o trabalho das instituições de solidariedade".
O padre Lino Maia garantiu que este "não é um assunto tabu para a CNIS", defendendo que "as autarquias têm que ter competências nesta área e podem, inclusivamente, desempenhar um papel muito importante". Para o responsável, "a transferência de competências na acção social não pode esquecer os representantes" de um sector que "gera apetites".