À pergunta da Mariana Mortágua (BE) sobre se se reuniu com algum acionista do BCP antes de transitar com Carlos Santos Ferreira (ex-presidente do banco público) e Armando Vara da CGD para o BCP, Vítor Fernandes disse que "nunca" teve tais encontros..Vítor Fernandes, que foi hoje ouvido na comissão parlamentar de inquérito à recapitalização e gestão da CGD, disse ainda que não sabia que a Caixa estava a financiar acionistas do BCP até atingir uma posição indireta de 8% no banco.."Verdadeiramente não me recordo. Penso que não existe nenhuma informação de gestão que tenha circulado na altura com a exposição indireta que a Caixa tinha ao BCP", disse, apesar de reconhecer que "recebia as atas"..No entanto, o ex-responsável recordou uma reunião onde foi discutida a concessão de crédito na ordem das "dezenas de milhões" a um cliente que não José Berardo, que já tinha relação com a CGD, mas que acabou por não ser concedido..Vítor Fernandes afirmou também que a primeira vez que falou sobre transitar da CGD para o BCP foi quando foi convidado por Carlos Santos Ferreira e não antes..O ex-administrador da Caixa reponsável pela área dos seguros explicou ainda que embora "em teoria" tivesse direito a ter assento nos conselhos de crédito, "na prática" muitas vezes não o exercia, por não ser a sua área..Vítor Fernandes disse ainda tender a concordar com a afirmação do ex-presidente da Caixa António de Sousa, que disse que a administração de João Salgueiro "não sabia o que estava a assinar" quando fez o contrato dos 'Boats Caravela'.."Tendo a concordar (...), porque a operação era tão gravosa que a única explicação era não saber o que estavam a assinar", afirmou em resposta ao deputado do PS João Paulo Correia..Os 'Boats Caravela' foram um instrumento financeiro investido pela Caixa que implicava troca de ativos, mas acabou por dar hipótese contratual à contraparte do negócio (o Credit Suisse First Boston) de colocar nos ativos trocados produtos financeiros de baixa qualidade, que desvalorizaram-se e geraram perdas de 340 milhões de euros para o banco público..Vítor Fernandes afirmou também não ter notado "nenhuma diferença" em termos de políticas de crédito entre as administrações de Carlos Santos Ferreira e Fernando Faria de Oliveira.