Inglaterra. Arsenal tomba após 23 jogos
A 12 e 18 de agosto, Unai Emery começava com dois pés esquerdos a pesada tarefa de substituir Arsène Wenger no Arsenal: 0-2 com o Manchester City no Emirates, em Londres, 2-3 na visita a Stamford Bridge, do Chelsea. Era logo um mau prenúncio: frente às equipas de topo, os gunners versão século XXI falhavam redondamente.
Os 22 anos de Wenger (1996-2018) podem não ter dado muitos títulos ao Arsenal (três ligas, sete taças e sete supertaças), mas deram estatuto (com discussão de títulos, incluindo uma final da Champions perdida com o Barcelona) e uma fórmula de fazer dinheiro. Muito dinheiro: jovens jogadores francófonos que se tornaram símbolos do clube ou possibilitaram negócios para enriquecer os donos do clube, que nos últimos 11 anos foram Stan Kroenke e Alisher Usmanov (desde este ano, Kroenke livrou-se do rival).
Posto isto, saída de um treinador icónico e jogadas de poder na administração, a época não se adivinhava fácil. Mas Unai Emery conseguiu dar alguma potência ao Arsenal. Após as duas derrotas referidas (e nada escandalosas, frente, talvez, às duas melhores equipas inglesas - falta incluir o Liverpool, mas o tempo o dirá), o treinador espanhol virou a casa.
Conseguiu qualificar-se para os 16-avos-de-final da Liga Europa cedendo apenas um empate, em casa, frente ao Sporting (e ganhando cinco vezes, tal como o FC Porto na Champions, aliás), e foi cimentando uma série de jogos a ganhar. Nada menos do que 11, sete na Premier League. Depois, continuou sem perder até aos 23 jogos seguidos (18 vitórias e cinco empates). O problema é que na segunda metade da gloriosa série, em 12 jogos empatou quatro vezes no campeonato, ficando muito atrás do Liverpool e Man. City.
Com a derrota deste domingo, está a dez pontos do para já líder, os citizens, mas pode ficar a 11 pontos do 1.º lugar se o Liverpool vergar o Manchester United.
No outro extremo, o Southampton saiu dos lugares de despromoção (igualdade pontual com o Burnley) e travou uma hemorregia de 14 jogos sem ganhar. Esta é a primeira vitória do técnico austríaco Ralph Hasenhüttl. E foi desenhada em dois bis e um golo precioso de Charlie Austin a dar os três pontos aos Saints. Antes, Ings (20' e 44') e Mkhitaryan (28' e 53') concorriam por um lugar de destaque. Aos 86', Austin acabou com a discussão.