Informático leva dois meses de prisão no 'Vatileaks'

O tribunal do Vaticano, que se reuniu hoje para determinar se o técnico informático, Claudio Sciarpelletti, ajudou o ex-mordomo do Papa, Paolo Gabrielle, a roubar documentos confidenciais, no chamado caso 'Vatileaks', condenou hoje o técnico a dois meses de prisão.
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A acusação tinha pedido quatro meses de prisão, no entanto esta pena foi reduzida a dois meses devido a circunstâncias atenuantes, como a colaboração com a justiça italiana e a falta de antecedentes criminais, notícia a AFP.

Enquanto as investigações aos contornos do escândalo que abalou o Vaticano continuam, longas e complexas, o depoimento como testemunha do ex-mordomo, Paolo Gabrielle, será analisado ao pormenor e o julgamento poderá esclarecer o método utilizado para aceder à informação confidencial.

Gabrielle foi condenado, no início de outubro, a 18 meses de prisão, no primeiro julgamento do caso 'Vitaleaks'. Cumpre agora a sua pena numa cela do Vaticano, na expectativa de um possível perdão do Papa.

Na primeira audiência, na passada segunda-feira, o ex-mordomo apareceu como todos os dias, de gravata e fato preto, semblante sério e imperturbável, trocando apenas alguns sorrisos com o técnico de informática.

A segunda audiência do processo desenrolou-se na presença de dez jornalistas, não tendo sido, no entanto, permitida a presença de fotógrafos ou câmaras televisivas, para resguardar a privacidade do acusado.

Depois de trabalhar 20 anos na secretaria do Estado, Sciarpelletti, analista programador, foi acusado de encobrimento e cumplicidade no roubo dos documentos confidencias do Papa e foi, hoje, condenado a dois meses de prisão.

Sciarpelletti foi detido a 25 de maio, apenas por um dia, depois de ter sido encontrado um envelope misterioso, contendo documentos confidenciais, numa gaveta da sua escrivaninha. Ele confirmou ter recebido a carta mas diz nunca a ter aberto. Nos vários interrogatórios a que foi submetido, o técnico contradisse-se em vários pontos, nomeadamente sobre a pessoa que lhe tinha dado a carta: Gabrielle ou um "monsenhor" da secretaria do Estado.

Sciarpelletti começou a ser julgado na última segunda-feira e o seu advogado, Gianluca Benedetti, insistiu na falta de proximidade entre o seu cliente e Grabrielle, negando que o técnico informático tenha participado na divulgação dos documentos.

Apesar da defesa ter pedido hoje a absolvição, o técnico foi condenado pela sua participação na divulgação dos documentos.

Muito continua ainda por explicar em relação a este escândalo que tem abalado a cidade do Vaticano.

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