Infância, juventude, educação na agenda de Letizia
Num cenário de crise económica e de elevado desemprego em Espanha, a ainda princesa das Astúrias tem vindo, nos últimos dos seus 10 anos de experiência na família real, a conquistar um crescente espaço próprio, elevando ao debate temas como as dificuldades da juventude.
Oficialmente, a rainha não tem, pelo menos determinada pela Constituição, quaisquer funções específicas mas, trabalhando com a rainha Sofia e de forma própria, Letizia tem vindo a desenvolver uma ampla agenda de ações cujo conteúdo será agora reforçado.
Especialistas que acompanham a Casa Real destacam o facto de a ex-jornalistas ter "bebido" tanto da influência e do exemplo da sogra, a rainha Sofia, como do trabalho ao lado de Felipe de Borbón.
Ações sociais e cultuais, de solidariedade, de apoio aos empreendedores e de reforço de oportunidades de trabalho para os jovens têm preenchido uma agenda que nos últimos 10 anos a levou em viagens, sozinha, a todas as comunidades autónomas.
Recebeu mais de 2.000 pessoas de todos os setores da sociedade espanhola (7.000 em conjunto com o marido), assistiu sozinha a 190 atos oficiais (1.500 com Felipe) e viajou com o príncipe a 38 países.
Entre as suas prioridades têm estado, até agora, iniciativas como a presidência de honra da Associação Espanhola Contra o Cancro, o combate contra doenças pouco frequentes, o apoio ao estudo e formação profissional, fomento da leitura e a promoção de hábitos saudáveis.
Uma agenda paralela à de mãe - sempre procurou limitar as aparições públicas das filhas - um aspeto que terá agora novos condicionalismos, inclusive devido às novas exigências a Leonor, pela sua condição de princesa das Astúrias - que assumirá depois da coroação do pai.
Tal como até aqui, mas potencialmente ainda de forma mais intensa, Letizia estará sob escrutínio dos órgãos de comunicação social em que, pontualmente, se debatem questões como a sua saúde (chegou a relacionar-se a princesa com anorexia) ou outras sobre a sua própria família.
Uma das alternativas possíveis poderá ser a da criação de uma instituição que seja canal das atividades da futura rainha.
Isso já aconteceu com a própria rainha Sofia, que em 1977 utilizou fundos próprios para criar uma fundação, com o seu nome, que tem promovido projetos educativos, sanitários e humanitários na América Latina, África, Médio Oriente e, nos últimos anos, também dentro de Espanha.
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