Indonésia, Tailândia e Malásia sofrem com terrorismo no fim do Ramadão
Termina na quarta-feira o Ramadão, o mês de recolhimento e jejum para os muçulmanos por todo o mundo. Mas, em 2016, este período tem sido especialmente sangrento. Só na Turquia, Bangladesh e Iraque terão morrido mais de 200 pessoas, vítimas de atentados terroristas, e a vaga de ataques continua: Indonésia, Tailândia e Malásia também foram alvo dos extremistas, nomeadamente do Estado Islâmico, que através de um porta-voz identificado como Abu Mohammad al-Adnani avisou que o Ramadão seria um "mês de calamidade em toda a parte".
Já esta terça-feira, um bombista suicida fez-se explodir em Surakarta, Indonésia, depois de ser impedido de entrar nas instalações da polícia; um agente ficou ferido, mas o atacante foi a única vítima a registar.
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Surakarta, na ilha indonésia de Java, tem sido berço de uma parte importante dos terroristas cuja rede foi responsável, por exemplo, pelos ataques de Bali, em 2002 - os mais mortíferos até hoje no sudeste asiático, que fizeram 202 mortos e 209 feridos. O líder da organização terrorista é Abu Bakar Bashir, que em 2014 jurou lealdade ao Estado Islâmico mas que, já em janeiro de 2016, voltou atrás.
Também no sul da Tailândia, maioritariamente muçulmano, se registaram ataques: um carro armadilhado explodiu esta terça-feira na cidade de Pattani, ferindo vários agentes das autoridades.
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Os ataques na Indonésia e na Tailândia seguem-se à detonação de uma granada num bar em Kuala Lumpur, Malásia, que provocou ferimentos em oito pessoas na semana passada: foi o primeiro ataque bem-sucedido do Estado Islâmico no país, admitiram as autoridades na segunda-feira, já que inicialmente a explosão tinha sido relacionada com um homicídio por encomenda.
Recorde-se que, ainda na segunda-feira, também na Arábia Saudita se registaram três explosões, em menos de 24 horas. Uma explosão junto à Mesquita do Profeta na cidade santa saudita de Medina, um dos lugares mais sagrados do islamismo, provocou a morte de pelo menos quatro polícias.