Indonésia. Excesso de turistas coloca em risco dragão de Komodo

Autoridades locais querem fechar a ilha de Komodo a partir de janeiro de 2020 e pelo menos durante um ano
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Turistas de todo o mundo chegam ao Parque Nacional de Komodo - que percorre várias ilhas do sul do Oceano Pacífico - para ver os famosos dragões e observar também a empolgante vida marinha. No entanto, tal como outros destinos turísticos, como as Galápagos e Veneza, o parque está em risco devido à sua popularidade.

Embora o turismo de Komodo gere uma receita significativa para uma das regiões mais pobres da Indonésia, também trouxe consigo pilhas de lixo, intrusão humana e até tráfico destes gigantes lagartos (até três metros) com saliva venenosa. Alguns ambientalistas estão preocupados que a intensidade de turistas desequilibre o ecossistema. Dizem que os animais deveriam alimentar-se livremente de veados e porcos, em vez de galinhas e cabras que um guarda florestal atira de um camião.

O número de turistas estrangeiros que visitaram o Parque Nacional - considerado Património da Humanidade pela Unesco, duplicou em 2015; e o número de visitantes nacionais aumentou cinco vezes. O Parque está incluído no circuito de cruzeiros e todos os dias milhares de pessoas desembarcam lá.

Líderes locais, preocupados com esta pressão, querem fechar a ilha de Komodo, onde a maioria dos dragões vive - e onde os navios de cruzeiro atracam - em janeiro de 2020. Querem que o acesso à ilha seja interditado durante pelo menos um ano. Sabem que desistir do turismo nesta região tão pobre é difícil, mas entendem que é crucial para a sobrevivência do Parque tomar medidas.

"Se não dermos aos dragões o habitat deles, eles se extinguirão nos próximos cinquenta a cem anos", disse Yosef Nae Soi, vice-governador da província insular da Sonda Oriental (Nusa Tenggara Oriental), que inclui as ilhas que formam o Parque Nacional de Komodo.

A interdição do parque não avançou, já que o governo nacional da Indonésia só tomará uma sobre este problema no final do ano. Mas a agravar esta situação, está a decisão do governo federal em lançar um plano para criar novas dez "Balis" no país formado por um arquipélago. Espera-se que este plano repita o sucesso da ilha de férias mais famosa da Indonésia, que também enfrenta problemas graves com o excesso de turismo.

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