O anúncio chegou pelo ministro dos Transportes britânico, Grant Shapps, ao final do dia: para já, Portugal mantém-se na lista de países seguros, o chamado corredor aéreo. Desta forma, os britânicos que viajem para Portugal não estão sujeitos a um período de 14 dias de quarentena no regresso a casa. "Continuamos a manter a lista do corredor aéreo sob constante análise e não vamos hesitar em remover países caso tal seja necessário. No entanto, hoje não há novas adições ou remoções da lista", escreveu o ministro dos Transportes na rede social Twitter..Na mesma mensagem, ficou ainda o lembrete aos turistas de que a lista de países "seguros" muda rapidamente. "Quem vai de férias deve lembrar-se de que os países que precisam de período de quarentena de 14 dias podem e mudam com pouca antecedência"..A revelação feita por Grant Shapps chegou algumas horas depois das declarações de Matt Hancock, ministro da Saúde, que indicava à Sky News ao início da manhã de quinta que só seria conhecida uma decisão na sexta-feira. Mais alinhados estão os dois membros do governo britânico nos avisos aos viajantes. "As pessoas devem olhar para os números e apenas viajar se estiverem preparados para ficar em quarentena", avisou Hancock..Já os turistas do País de Gales e da Escócia vão necessitar de quarentena no regresso a casa, já que as autoridades do país decidiram retirar Portugal Continental do corredor aéreo..Nos últimos dias, a imprensa britânica dava conta de que Portugal poderia ser excluído do corredor aéreo, tendo em conta a taxa de infeção de 22,9 novos casos por cem mil habitantes ao longo de sete dias, valor acima da métrica de 20 do Reino Unido considerada como segura..De ponto positivo a fragilidade.Para Isabel Tavares, diretora de marketing para hotelaria da Sonae Capital, o interesse dos britânicos pelo Algarve, "aquilo que era muito positivo, agora passa a fragilidade". Ainda antes de ser feito o anúncio de que o Reino Unido iria manter Portugal na lista, Isabel Tavares explicava ao DV que a incerteza sobre a continuidade do país na lista gerava alguma apreensão. "Sentimos claramente o mesmo que os outros operadores que estão no Algarve, que é o desconforto e achamos que acima de tudo cria instabilidade.".Sendo a Sonae Capital dona de hotéis como o Aqualuz Lagos, Isabel Tavares detalha que foi sentida uma alteração no comportamento dos hóspedes ao longo dos últimos dias. "É a preocupação e a instabilidade em relação à incerteza de amanhã, começarem a antecipar e a alterar os seus planos de estada, essa é uma das grandes desvantagens."."O país foi sempre muito estável a reagir à situação, conseguimos reagir de forma relativamente ágil e rápida. Estivemos, na hotelaria, desde o início sempre a tentar assegurar que as pessoas que viajassem e que estivessem connosco estavam em segurança, fizemos esse investimento e continuamos a fazer", explica. "Acho que estas notícias, do 'abrir' e 'fechar' [dos corredores], criam muita instabilidade e as pessoas hoje em dia para continuarem a viajar precisam de alguma calma e paz de espírito e de sentir que estão em segurança.".A diretora de marketing para hotelaria da Sonae Capital considera ainda que aquilo que pode ser visto como "problema de comunicação" poderá "trazer grandes desvantagens para o setor"..Cátia Rocha é jornalista do Dinheiro Vivo