Incerteza geopolítica e redução da procura penalizam venda de smartphones

Em vez de crescer 1,6% como estava previsto, o mercado mundial de smartphones vai sofrer uma quebra de 3,5% este ano, prevê a consultora IDC.
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Este ano vão vender-se menos smartphones do que o previsto devido ao impacto de vários problemas que estão a acontecer em simultâneo. A consultora IDC acaba de rever em baixa as suas estimativas e agora prevê que a venda de smartphones irá cair 3,5% em 2022 para 1,31 mil milhões de unidades. A previsão inicial era de que o mercado ia crescer 1,6% este ano.

A inversão das expectativas deve-se ao acumular de ventos contrários que estão a prejudicar as fabricantes. A incerteza geopolítica, a elevada inflação, a redução da procura e a continuidade dos problemas na cadeia de abastecimento estão a contribuir para um momento negativo no mercado. Foi o que explicou a analista Nabila Popal.

"A indústria dos smartphones enfrenta contrariedades crescentes em muitas frentes - enfraquecimento da procura, inflação, tensões geopolíticas, e obstáculos logísticos", apontou. "Ainda assim, o impacto dos confinamentos na China, que não têm um fim definido, é ainda maior."

A analista explicou que estes confinamentos, ligados à política de covid zero do regime chinês, afetaram tanto a procura como a oferta em simultâneo - travando a procura no maior mercado global e piorando o afunilamento logístico de uma cadeia que já estava em dificuldades. "Como resultado, muitos fabricantes reduziram as encomendas para este ano, incluindo a Apple e a Samsung", sublinhou Popal. A Apple parece, ainda assim, a marca menos afetada devido ao maior controlo que exerce sobre a sua cadeia de abastecimento e porque a maioria dos seus clientes na faixa de preços mais elevada sente menor pressão dos problemas macroeconómicos. "Salvo novos obstáculos", disse Popal, "esperamos que estes desafios sejam aliviados no final deste ano e que o mercado recupere em 2023 com um crescimento de 5%."

No que respeita à escassez de componentes, nomeadamente semicondutores, a expectativa é de que a situação melhore já na segunda metade do ano.

Em termos regionais, a IDC antecipa que a Europa Central e de Leste seja a mais prejudicada, com uma quebra de 22% nas vendas. Na Europa Ocidental a quebra deverá ser ligeira, apenas 1%, e nas outras regiões as vendas vão crescer.

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