O município de Oliveira do Hospital alertou esta terça-feira para o problema do arrastamento das encostas, que pode acontecer caso o solo seja descompactado por operações de maquinaria pesada ou manuais, na sequência dos incêndios florestais do dia 15. .O Gabinete Técnico Florestal da Câmara diz ainda, em comunicado, que, para proteção do solo contra a erosão, urge evitar-se o abate de folhosas (carvalho, bétulas, choupo, amieiros, azinheira, sobreiro, etc.) e deve-se deixar passar a primavera para um diagnóstico rigoroso do estado das árvores..Recorda ainda que o medronheiro regenera a partir da toiça e, logo, devem cortar-se os troncos queimados para proteger a rebentação de primavera.."Relativamente às resinosas, devem ser cortadas apenas as árvores cuja copa se encontre completamente afetada: se a madeira for para serração, cortar até dezembro de 2017; se a madeira for para trituração, pode atrasar-se o corte até setembro de 2018"..Quem for efetuar o corte "deverá contactar o Gabinete Técnico Florestal para obter explicação quanto às medidas de gestão pós-incêndio para a extração da madeira queimada e consequentemente de proteção do solo contra a erosão", diz ainda a nota de imprensa enviada à agência Lusa.."Quando a madeira queimada não tiver qualquer valor comercial, a mesma pode e deve ser aproveitada para criar um efeito barreira contra a erosão do solo nas zonas com declive. Os troncos devem ser cortados e depositados em cima do solo, ao longo das curvas de nível, escorados por estacas ou pelos cepos/toiças (altura de cerca de 0,5 metros do solo)", acrescenta..Para aconselhamento adicional, deve contactar-se o Gabinete Técnico Florestal do Município de Oliveira do Hospital pelo telefone 238605250..As centenas de incêndios que deflagraram no dia 15, o pior dia de fogos do ano, segundo as autoridades, provocaram 45 mortos e cerca de 70 feridos, perto de uma dezena dos quais graves..Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro..Esta foi a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em junho, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 vítimas mortais e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.