Imunoterapia: Novas terapêuticas melhoram vida de doentes com cancro da cabeça e pescoço

Testes clínicos demonstraram que o Pembrolizumab e o Nivolumad ajudam a retardar a doença.
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Um medicamento na área da imunoterapia que já é usado para melanoma avançado foi aprovado nos Estados Unidos para o cancro da cabeça e pescoço e aguarda agora a aprovação pela Agência Europeia do Medicamento (EMA) para essa indicação. É mais uma esperança para o tratamento destas patologias, com resultados já mostrados na melhoria da qualidade de vida dos doentes.

A imunoterapia é um tipo de tratamento que usa agentes biológicos para ativar o sistema imunitário dos doentes na luta contra o cancro, com um perfil de toxicidade baixo, quando comparada com a quimioterapia, que atua diretamente sobre o tumor. "É uma mudança de paradigma. É o corpo que combate contra o cancro", explicou ao DN José Dinis, responsável pela área de Oncologia Médica Cabeça e Pescoço no IPO do Porto.

A aprovação do Pembrolizumab pela Food and Drug Administration (autoridade dos medicamentos e alimentos norte-americana) ocorreu em agosto e baseou-se num estudo feito com 192 doentes com cancro da cabeça e pescoço em fase avançada, que já tinham sido sujeitos a quimioterapia.

"Dezasseis por cento dos doentes responderam [o tumor diminuiu de tamanho] e houve uma grande percentagem de doentes nos quais a doença não progrediu", adiantou o médico do IPO do Porto. Em 5% dos participantes no estudo, a doença "desapareceu completamente".

Segundo o especialista, este tratamento é benéfico para um terço dos doentes, que "têm mais qualidade de vida, quando comparado com a quimioterapia".

Segundo a farmacêutica MSD, o Pembrolizumab já está aprovado na Europa para "melanoma avançado em adultos e para cancro do pulmão de células não-pequenas (o tipo mais comum de cancro do pulmão) avançado em adultos" e aguarda-se a sua aprovação para carcinoma da cabeça e pescoço.

Tal como o DN noticiou, no domingo foi apresentado um estudo sobre um outro medicamento na terapêutica de imuno-oncologia (o Nivolumad), na European Society for Medical Oncology (ESMO), em Copenhaga, que demonstra que este fármaco também apresenta ganhos na sobrevivência e qualidade de vida dos doentes com cancro da cabeça e pescoço. Este também aguarda aprovação pela EMA.

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