Improvisar a arte do riso em cima do palco
Comecemos por um aviso: chegue cedo e leve uma frase preparada. Esse é o ponto de partida do Café Improv, uma produção do Teatro Anónimo, que hoje sobe ao palco do Teatro da Comuna. Com as sugestões do público deixadas na bilheteira, os três atores, um ilustrador e um músico transformam as ideias do espetador numa peça de comédia. Depois disso, tudo é improvisado. Sem guião ou rede de segurança.
Essa é a essência do espetáculo: o público é quem manda. Em palco, o elenco veste novas personagens uma e outra vez, embaladas pelo piano e um cenário construído em tempo real. "Já tínhamos feito um Café Improv, mas esta nova versão é mais rica. Há personagens a sério, ambientes musicais e sonoplastia feita ao vivo e na hora", explica Nuno Barbosa, ator e atual diretor do grupo.
Na segunda temporada do espetáculo, a equipa conta agora com Duarte Grilo e Fábio Sousa, atores do último elenco das "Obras Completas de Shakespeare em 97 minutos", que integravam a Companhia Teatral do Chiado. "Tudo é imediato. Acção e reacção acontecem quase em simultâneo", resume Duarte.
Aos atores, juntam-se ainda as notas do piano jazzístico de Pedro Pereira e os traços improvisados do ilustrador Pedro Vercesi, que dão corpo aos jogos inspirados no pai do teatro de improviso, Keith Johnstone."O nosso objectivo sempre foi improvisar ao máximo, por isso, até o cenário é criado a cada sessão e os espetadores também têm liberdade para improvisar", explica o director, Nuno Barbosa.
Contam-se histórias, encenam-se musicais, improvisa-se com o público. Não há manual de instruções nem sinopses a enquadrar. Começa às 21h41 e isso é tudo que se pode ter como certo. O resto...bem o resto está na imaginação do público.