Imposto por cada tonelada de dióxido de carbono emitida
Cerca de 500 empresas, consideradas as mais poluentes da Austrália, terão de pagar o novo imposto proposto pelo Executivo australiano e que já conseguiu os votos necessários para ser aprovado no parlamento em Camberra.
"Como nação precisamos de atribuir um preço ao dióxido de carbono e criar um futuro com energias limpas", disse Julia Gillard numa conferência de imprensa na capital australiana.
Com esta medida, o Governo australiano espera "reduzir em 160 milhões de toneladas a emissão de gases poluentes em 2020", disse ao acrescentar que a redução equivale a "retirar cerca de 45 milhões de carros das estradas".
O imposto será aumentado em 2,5 por cento em termos reais até Julho de 2015 quando entrar em vigor na Austrália um esquema de intercâmbio de emissões em que o mercado regulará os preços.
O imposto não irá afectar o combustível destinado ao consumo individual ou às pequenas empresas, mas o transporte pesado que emprega o diesel pagará o preço das emissões de dióxido de carbono a partir de 2014, quando terminar a moratória de dois anos.
O Governo pretende também aplicar 9.200 milhões de dólares australianos (6.938 milhões de euros) nos próximos três anos provenientes dos fundos do imposto para gerar "incentivos económicos aos maiores poluidores para reduzirem as emissões de gases de efeito estufa", disse.
Parte do dinheiro do novo imposto será aplicado na criação de emprego e na promoção do investimento em energias limpas bem como em programas que contribuam para diminuir as mudanças climáticas.
Julia Gillard anunciou ainda um conjunto de aumentos dos subsídios, de ajudas sociais e corte dos impostos para famílias com rendimentos anuais inferiores a 80.000 dólares australianos (60.338 euros).