Importante cadeia de venda a retalho norte-americana cancela venda de armas de fogo

"Ao vermos aquilo por que aquelas crianças estavam a passar, o luto dos pais e a morte das crianças que morreram em Parkland, sentimos a necessidade de fazer algo", disse o presidente da empresa
Publicado a
Atualizado a

Uma das maiores redes de lojas de artigos desportivos nos Estados Unidos, a Dick's Sporting Goods, anunciou esta quarta-feira que deixou de vender armas de fogo semiautomáticas e proibiu a venda de armas a menores de 21 anos.

O anúncio surge duas semanas depois do tiroteio num liceu em Parkland, na Florida, no qual morreram 17 pessoas.

"Ao vermos aquilo por que aquelas crianças estavam a passar, o luto dos pais e a morte das crianças que morreram em Parkland, sentimos a necessidade de fazer algo", disse o presidente da empresa, Edward Stack, num programa da cadeia televisiva norte-americana ABC.

Numa carta divulgada hoje, Stack escreveu que apoia e respeita a Segunda Emenda à Constituição, que permite o uso e porte de armas com o propósito de defesa, e reconheceu que "a maioria dos portadores de armas neste país representa cidadãos responsáveis e cumpridores da lei".

Na mesma carta, lembrou os cidadãos que "têm de ajudar a resolver o problema da violência que está à nossa frente. A violência armada é uma epidemia que está a tirar a vida a demasiados jovens"

Nikolas Cruz, o atirador que matou 17 pessoas na Florida, tinha comprado uma caçadeira numa loja da Dick's em novembro de 2017.

"Não foi a arma nem o tipo de arma utilizada no tiroteio, mas podia ter sido. E isso indica que o sistema não é eficaz na proteção das nossas crianças e dos nossos cidadãos", escreveu o administrador da empresa.

Na carta, onde afirma que "as condolências não são suficientes", pediu a execução de várias medidas aos representantes no Congresso e no Senado, para que casos semelhantes não voltem a acontecer.

"Imploramos aos representantes nomeados que decretem a reforma das armas e aprovem as seguintes regulações: proibição do uso e porte de armas de assalto, carregadores de alta capacidade e 'bump stocks', o aumento da idade mínima para a compra de armas de fogo para 21 anos, a verificação de antecedentes e uma análise de saúde mental e a construção de uma base de dados com aqueles que estão impedidos de comprar armas de fogo", reivindicou.

Stack disse estar preparado para as repercussões da medida e que não irá permitir que armas sejam novamente vendidas nas suas lojas.

A Dick's junta-se assim a um imbróglio, onde está a FedEx e a Delta Airlines, e que maior parte das empresas evita integrar, com a tomada de posições políticas a poder representar uma perda de clientes.

Em 2015, a gigante da venda a retalho Walmart cancelou a venda de armas de fogo semiautomáticas.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt