Ilda Silva tinha 16 anos quando, há 52, começou a vender café a peso n'A Brasileira, em Lisboa. A Rua Garrett era à data uma movimentada artéria, os Armazéns Ramiro Leão, ali ao lado, tinham "quase tudo" e a fadista Amália Rodrigues, falecida em 1999, dava sempre dez escudos (cinco cêntimos) de gorjeta à jovem que chegaria a ser aliciada com um salário de mil escudos (cinco euros) pela Sical, então na Rua das Portas de Santo Antão..O patrão, que seria seu sogro, fez uma contraproposta de 1200 escudos (seis euros), a jovem aceitou e, 52 anos após ter chegado ao Chiado, é a cara do estabelecimento que hoje celebra 110 anos de vida. Mas já não vende café, que passou a ser embalado na fábrica: da pequena tabacaria que integra o café fundado por Adriano Soares a 19 de novembro de 1905, a "menina da Brasileira" vê agora a esplanada com a emblemática escultura de Fernando Pessoa, a Benetton e o "grande buraco" que é o acesso à estação do metropolitano da Baixa-Chiado..Leia mais na edição impressa ou no e-paper do DN