IL levou a causa da Ucrânia para o seu segundo desfile pela liberdade

A Iniciativa Liberal quis hoje pôr na fila da frente do seu desfile comemorativo do 25 de Abril, separado da tradicional iniciativa popular, a solidariedade com a Ucrânia, com a embaixadora ucraniana a marcar presença.
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Depois da polémica do ano passado com a organização do desfile do 25 de Abril, o partido de João Cotrim Figueiredo voltou este ano a apostar na sua própria marcha para comemorar a Revolução dos Cravos.

Para que "o que se passa na Ucrânia não caia no esquecimento", os liberais tiveram como convidados especiais as organizações de ucranianos em Portugal e a embaixadora daquele país, Inna Ohnivets.

À mesma hora em que as pessoas se iam juntando na Avenida da Liberdade para o tradicional desfile, a Iniciativa Liberal (IL) concentrou-se no Saldanha, rumando depois até ao Marquês de Pombal, onde teve que aguardar para poder descer a avenida.

Liderados por um jipe verde-tropa, onde uma liberal de megafone ia dando o mote com as palavras de ordem, a mancha com o azul-claro do partido ia-se misturando com o amarelo e azul, as cores da Ucrânia.

Na fila da frente, o presidente da IL, João Cotrim Figueiredo, esteve sempre ladeado da embaixadora da Ucrânia, que no momento em que se fizeram as várias "ondas" pelo seu país, não deixou de participar.

"Todos somos ucranianos" era uma das frases que se podia ler nos cartazes que seguiam na fila da frente e, quando a caravana liberal começou a descer a avenida, uma bandeira enorme ucraniana foi aberta, perante um aplauso de todos.

"Diz não à invasão, o povo ucraniano é nosso irmão", "Liberdade sem censura, comunismo é ditadura", "A rua é do povo, não é de Moscovo" e "25 de Abril sempre, comunismo nunca mais" foram algumas das frases que os liberais foram gritando, com muitas críticas implícitas ao PCP, o que lhes valeu algumas manifestações de desagrado de pessoas com quem se cruzavam.

À agência Lusa, João Cotrim Figueiredo explicou que o partido decidiu "não repetir o processo do ano passado que mostrou que a organização do 25 de abril acha que é dona da data e pode decidir quem pode ter lugar na marcha".

"Parece que há amantes de liberdade de primeira e amantes de liberdade de segunda e nós isso não aceitamos", disse, justificando assim a opção de voltar a fazer o desfile próprio.

De acordo com o líder liberal, o partido teve "um motivo adicional este ano" para fazer esta marcha.

"É que achamos que era uma boa ocasião para não deixar cair no esquecimento a luta do povo ucraniano. Convidámos as organizações de cidadãos ucranianos e também a senhora embaixadora, cuja presença muitos nos honra", explicou.

Reiterando que os liberais defendem sempre que é "preciso resistir aos pequenos ataques à liberdade", Cotrim Figueiredo recordo que "este ano, há dois meses, houve um grande ataque à liberdade na Ucrânia".

"Achamos que era interessante no 25 de abril misturar a celebração de uma data que é importantíssima para Portugal com esta recordação de que é importante lutar pela liberdade onde quer que ela esteja sob ataque", enfatizou.

Já Inna Ohnivets explicou que aceitou este convite por ser uma "oportunidade de mostrar a solidariedade com o povo português que lutou pela democracia e venceu".

"Também temos uma grande esperança de que vamos vencer nesta guerra desencadeada pelo regime de Putin", disse.

A embaixadora da Ucrânia em Portugal aproveitou este momento "para chamar a atenção para a situação na cidade de Mariupol, cercada pelas tropas russas onde a população civil está a sofrer muito".

"Apelar a todo o mundo democrático para ajudar nesta situação dramática que temos na Ucrânia. Apelo a condenar a ditadura de Putin", pediu.

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