IL diz que TAP vai ser "um problema para os contribuintes portugueses"
O presidente da Iniciativa Liberal (IL) alertou esta quinta-feira que a TAP vai ser "um problema para os contribuintes portugueses durante muito tempo" e defendeu que "quanto mais depressa for reprivatizada melhor".
"A TAP vai ser um problema para os contribuintes portugueses durante muito tempo e, portanto, quanto mais depressa ela for, de facto, reprivatizada, e com parceiros do setor que conheçam o que estão efetivamente a fazer, melhor", afirmou João Cotrim Figueiredo.
O líder da IL falava aos jornalistas no final de uma visita a uma exploração agrícola no concelho de Odemira, no distrito de Beja, no âmbito da pré-campanha eleitoral do partido para as legislativas de 30 de janeiro de 2022.
João Cotrim Figueiredo frisou que a opção dever ser a de "obviamente privatizar" TAP e lembrou que a "crítica" da IL "começou por ser exatamente" a de que a TAP "nunca devia ter sido renacionalizada".
"Só por autêntica teimosia" é que "uma das primeiras medidas" tomadas pelo "Governo da geringonça" foi "reverter a privatização da TAP", criticou.
Segundo João Cotrim Figueiredo, ter mantido a companhia privada "teria evitado que os contribuintes portugueses tivessem sido responsáveis por mais esta debacle e estes prejuízos financeiros que a TAP tem vindo a registar e que, infelizmente, a história assim o indica e as condições da aviação comercial também, vai ter que suportar nos anos que aí vêm".
João Cotrim Figueiredo saudou "o despertar do CDS-PP para o problema da TAP", referindo que o partido liderado por Francisco Rodrigues dos Santos "tem estado muito omisso e, agora, de repente, faz voz grossa e diz que quer privatizar, quer evitar um problema para a frente".
"Nós quisemos evitá-lo desde o princípio, portanto, se há partido que tem posto o tema da TAP e do dinheiro dos contribuintes enterrado na TAP tem sido, de facto, a Iniciativa Liberal", rematou.
O Governo aprovou esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, uma resolução que renova a declaração da TAP S.A., bem como da Portugália e da Cateringpor, de situação económica difícil, de acordo com um comunicado.
O ministro das Finanças, João Leão, afirmou esta quinta-feira que a TAP vai receber já na próxima semana uma injeção de cerca de 530 milhões de euros, depois de Bruxelas ter dado 'luz verde' ao plano de reestruturação da transportadora.
A Comissão Europeia informou na terça-feira que aprovou o plano de reestruturação da TAP e a ajuda estatal de 2.550 milhões de euros, impondo que a companhia aérea disponibilize até 18 'slots' por dia no aeroporto de Lisboa.