Igreja não tem que andar ao ritmo da mudança do Mundo

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) disse hoje, em Fátima, que a Igreja tem "uma mensagem perene" e "não tem que andar ao ritmo das mudanças do Mundo".
Publicado a
Atualizado a

O também cardeal patriarca de Lisboa, José Policarpo, falava numa conferência de imprensa de divulgação das jornadas pastorais dos bispos católicos que se iniciaram na segunda-feira em Fátima e que decorrem até quinta-feira, tendo como tema central de reflexão os 50 anos do Concílio Vaticano II (1962/1965).

"Há um pressuposto de que a Igreja tem que mudar ao ritmo das mudanças do mundo e não. A Igreja tem uma mensagem perene, acredita nela, e tem valores perenes, e acredita neles", disse José Policarpo quando questionado sobre a atualidade do Concílio Vaticano II perante questões fraturantes da sociedade.

Para o presidente da CEP, o Concílio e a doutrina da Igreja têm uma mensagem que "ajuda a corrigir e a denunciar os exageros antropológicos", como as "modernices" de pessoas do mesmo sexo puderem constituir família, sublinhando que a civilização ocidental "acabará por ser vítima dessas mudanças que fez".

Lamentando que a "grande comunicação" trate as posições da Igreja como se esta tivesse que "andar ao ritmo" das mudanças culturais, políticas, jurídicas, José Policarpo rematou com a expressão "era o que faltava".

Segundo disse, a "grande mudança" do Concílio Vaticano II foi a de, sobretudo, "anunciar uma perspetiva bela da vida humana, quer individual quer em comunidade", e, ao invés de condenar, querer anunciar.

As jornadas de "estudo" que estão a decorrer em Fátima visam "aprofundar" as temáticas do Concílio Vaticano II "no que pode significar para a Igreja" dos tempos atuais, afirmou.

Além de conferências, o encontro, que tem por tema geral "A receção do Concílio Vaticano II na Igreja em Portugal", tem contado com a realização de mesas redondas com a participação de especialistas laicos, como foi o caso do presidente do Centro Nacional de Cultura, Guilherme d"Oliveira Martins, ou do anterior Procurador-geral da República José Souto Moura.

Para José Policarpo é evidente que as mudanças introduzidas pelo Concílio Vaticano II são hoje uma realidade adquirida, se bem que algumas dimensões devam ainda ser aperfeiçoadas.

Como exemplo apontou a forma como ainda é feita a celebração da palavra em muitas eucaristias, sublinhando que se algumas homilias são "belíssimas" outras continuam a "não ter em conta nem a mensagem nem os destinatários".

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt