Igreja desafia Catalina a nomear padres pedófilos

O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) desafiou hoje a antiga Provedora da Casa Pia, Catalina Pestana, a apresentar provas da existência de padres pedófilos no seio da Igreja Católica.
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"Não se deve dizer mais do que a verdade. (...) Que diga os nomes (...), com provas e não apenas com imaginações", pediu o padre Manuel Morujão no final do Conselho Permanente da CEP que reuniu hoje os bispos católicos portugueses em Fátima.

Em causa estão declarações de Catalina Pestana publicadas pelo jornal Público, no domingo, no qual a antiga Provedora da Casa Pia garante conhecer casos de pedofilia que envolvem pelo menos cinco sacerdotes na diocese de Lisboa, revelando a existência de um encontro formal com o padre Manuel Morujão e o ex-presidente da CEP, Jorge Ortiga, para discutir este caso.

"Vinha o meu nome nesse encontro, no qual nunca estive (...) informal ou formalmente", assegurou Manuel Morujão, sublinhando que nunca cumprimentou sequer a antiga Provedora da Casa Pia.

As declarações de Catalina Pestana surgiram na sequência da detenção do vice-reitor do Seminário do Fundão por suspeita de abuso de menores.

"É bom para a Igreja, é bom para a sociedade em geral e para as famílias que estes casos sejam clarificados, porque todos queremos que esta chaga seja extirpada", frisou o porta-voz da CEP.

No domingo, os pais dos alunos que frequentam o Seminário do Fundão estiveram reunidos com o bispo da Guarda a quem manifestaram "total confiança" no serviço prestado pela instituição.

O bispo, Manuel Felício, "reuniu com todos os pais e alunos que frequentam o Seminário do Fundão" e na reunião "os pais manifestaram total confiança no serviço prestado pelo Seminário", referiu a Diocese da Guarda numa nota publicada na sua página na internet.

A Diocese informou também que o Seminário Menor do Fundão "está a funcionar normalmente" e os alunos "estão nas aulas como fazem habitualmente".

Na mesma nota lê-se que, na tarde de domingo, o bispo da Guarda visitou o vice-reitor, Luís Campos, de 37 anos, "que se encontra em casa de familiares".

O padre responsável pelo Seminário Menor do Fundão foi ouvido durante a tarde de sexta-feira no Tribunal local e ficou sujeito a prisão domiciliária com pulseira eletrónica.

O sacerdote é suspeito de "vários crimes de abuso sexual de crianças e de menores dependentes sobre os quais detinha funções de educação e proteção", indicou a PJ em comunicado.

Segundo fonte policial, a PJ e o Ministério Público atuaram na sequência de denúncias de vítimas feitas na semana passada.

O vice-reitor foi detido "em cumprimento de mandado de busca e detenção emitido pelas autoridades judiciárias competentes", acrescenta o documento da PJ.

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