Igreja Católica quer austeridade mais bem explicada
"É preciso um esforço redobrado para explicar as medidas" e essa justificação "não tem existido suficientemente", defendeu o vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) e bispo do Porto, Manuel Clemente.
"[Os bispos] sentem a importância da explicação, clara e prévia, das medidas que se tomam e das razões que as determinam" e "alertam quem tem a nobre missão de governar o nosso país para uma justa aplicação das medidas com vista à recuperação da economia e finanças, em que sejam poupados os que já vivem sob o peso asfixiante da austeridade", pode ler-se no comunicado da CEP divulgado no último dia da Assembleia Plenária.
Reunidos em Fátima desde segunda-feira, os prelados recordam que a solidariedade da Igreja "tem-se manifestado sobretudo no cuidado aos mais débeis e necessitados, vítimas de antigas e novas pobrezas, através de múltiplas obras e iniciativas no campo social e caritativo".
No comunicado, os bispos "felicitam e agradecem os que, nesta presente difícil situação, são criadores de emprego e promotores do desenvolvimento; as famílias solidárias que acolhem e ajudam os seus membros mais debilitados, particularmente por desemprego ou incapacidade de pagarem os empréstimos; os que trabalham em obras de assistência e promoção social, quer da Igreja, quer da sociedade civil, muitas vezes em voluntariado, oferecendo pão e amor, essenciais para uma vida digna".