Igreja beatifica italiano que morreu aos 15 anos conhecido como padroeiro da internet
A Igreja Católica beatificou, este sábado, Carlo Acutis, um rapaz italiano que morreu em 2006, com apenas 15 anos, vítima de leucemia.
A cerimónia de beatificação, transmitida pela Internet, realizou-se na Basílica de São Francisco de Assis, em Itália, com a presença da família do jovem, que se tornou o primeiro influencer em questões religiosas a chegar ao altar.
Carlo Acutis foi declarado beato a 5 de julho de 2018, depois de a Igreja ter reconhecido um milagre por ele realizado em 2013, quando um menino brasileiro, do estado de Mato Grosso do Sul, ficou curado de uma doença grave, depois de tocar numa roupa que continha sangue de Carlo.
Quase um ano depois de ser anunciado beato, os seus restos mortais foram trasladados para Assis, estando o corpo do jovem praticamente intacto.
O Vaticano News, portal oficial da Santa Sé, publicou uma homenagem a Carlo Acutis, na qual diz que "de todas as virtudes cardeais (prudência, justiça, fortaleza e temperança) a que mais sobressai em Acutis é a fortaleza".
"Antes de morrer, quando perguntaram se não estava triste por morrer jovem, Acutis respondeu: 'Não, porque eu não desperdicei nem um minuto da minha vida fazendo coisas que não agradam a Deus'. Ou seja, para Carlos, agradar a Deus significa ter uma vida plena. Não agradar a Deus significa desperdiçar a vida", pode ler-se na publicação.
Refira-se que o agora beato Carlo Acutis, que nasceu em Londres em 1991, mas mudou-se para Itália com a sua família, adorava jogar futebol e videojogos, além de gostar de comer Nutella e gelados. Dedicou boa parte da sua vida ao catecismo virtual e à criação de redes online para conectar mais de 10 mil paróquias.
Durante a sua adolescência, em Milão, criou um site dedicado à evangelização e à catalogação dos milgares registados pela Igreja, razão pela qual Carlo ficou conhecido como o "padroeiro da internet".
"Um menino que morreu aos 15 anos, em 2006, ser tão influente é algo que só pode ser explicado por motivos sobrenaturais. A atração que Carlo exerce parece-se, de certa forma, com a que Francisco de Assis exerceu", justificou Domenico Sorrentino, o bispo de Assis.