Cidade da Beira regista primeira morte por cólera
Uma pessoa morreu vítima de cólera na cidade da Beira, centro de Moçambique, sendo o primeiro óbito relacionado com a doença, disse domingo o diretor-nacional de Assistência Médica de Moçambique, Ussene Isse.
Cerca de 90% dos casos de cólera detetados depois do ciclone Idai no centro de Moçambique foram tratados com sucesso, acrescentou Isse.
Segundo o último balanço epidemiológico apresentado segunda-feira, foram detetados até ao momento 1.046 casos, dos quais 949 foram tratados, 102 continuam internados, havendo a registar um óbito.
"Esta resposta da primeira semana é positiva, se olharmos para a nossa capacidade de gestão e tratamento de casos em cerca de 90%", referiu Ussene Isse.
A doença é propagada através de água e alimentos contaminados e o risco aumentou devido às inundações e à destruição de infraestruturas provocada pelo ciclone
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou esta segunda-feira a chegada de 900 mil doses de vacina contra a cólera.
Entretanto, o Grupo Águas de Portugal enviou no fim-de-semana dez peritos para a Beira com o objetivo de colocar em funcionamento uma instalação de tratamento de água que vai servir 300 famílias. O "fornecimento de água de qualidade às populações é essencial" para minimizar os riscos de epidemias como a cólera e a malária, referiu o grupo.
As autoridades moçambicanas atualizaram hoje para 518 o número de mortos provocados pelo ciclone Idai e pelas cheias que se lhe seguiram, mais 17 vítimas mortais relativamente aos últimos dados.
De acordo com o ponto de situação divulgado hoje pelo Instituto Nacional de Gestão de Catástrofes (INGC) de Moçambique, registaram-se ainda 1 641 feridos e mais de 146 mil pessoas estão agora instaladas em centros de acolhimento.
O número de feridos representa um aumento de 118 relativamente aos 1 523 do anterior balanço, enquanto as pessoas que procuraram abrigo nos centros de acolhimento subiram para 146.142 (mais 5.535).
A estimativa de pessoas afetadas mantém-se nas 843 723 e o número de famílias beneficiárias de assistência humanitária é agora de 29.291 (mais 193).
O grupo de pessoas afetadas inclui todas aquelas que perderam as casas, precisam de alimentos ou de algum tipo de assistência.
O ciclone Idai atingiu a região centro de Moçambique, o Maláui e o Zimbabué em 14 de março. Segundo o INGC, o ciclone Idai provocou ainda danos em 3 318 salas de aulas, com 150 854 alunos prejudicados, dados que se mantêm relativamente ao balanço anterior.