Ianukovitch diz que ainda é ele o Presidente
Numa declaração "ao povo ucraniano" transmitida pelas agências russas, o Presidente deposto disse estar "decidido a bater-se até ao fim para aplicar o compromisso assinado na semana passada com os líderes da oposição".
"Continuo a considerar-me como o legítimo chefe do Estado ucraniano", disse Ianukovitch, o qual desapareceu depois de uma tentativa malograda de embarcar de avião em Donetsk, leste da Ucrânia, no sábado passado.
"Infelizmente, tudo o que se passa atualmente no Parlamento ucraniano é ilegítimo", acrescentou Ianukovitch, sublinhando a ausência no Parlamento de vários deputados da sua formação política, o Partido das Regiões.
"Vejo-me forçado a pedir às autoridades da Federação da Rússia que assegurem a minha proteção pessoal face às ameaças feitas pelos extremistas", acrescentou. "Assistimos nas ruas de várias cidades do nosso país a uma vaga de extremismo. Foram-me dirigidas ameaças físicas a mim e aos meus apoiantes". Uma fonte do poder russo, citada pelas agências noticiosas russas, indicou que Moscovo terá "satisfeito" o pedido de Ianukovitch.
Na quarta-feira, o procurador-geral adjunto Mikola Golomcha tinha assegurado que Ianukovitch ainda estava na Ucrânia. Isto depois de ter pedido a emissão de um mandato de captura internacional contra o Presidente deposto.
"É evidente que o povo no sudeste e na Crimeia não aceita este vazio de poder e o arbítrio que reina no país, quando há ministros a serem designados pelas multidões na praça pública", denunciou ainda Ianukovitch, sublinhando que "nunca permitiu" o recurso às armas e que se tal decisão foi tomada por alguém ela "é ilegal e criminosa".