Ianukovich promete voltar para acabar com a guerra na Ucrânia

Presidente pró-russo deposto há um ano pelo movimento Euromaidan nega corrupção e fala sobre a destruição da Ucrânia
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Um ano depois de ter sido deposto na sequência dos protestos na Praça da Independência, em Kiev, Viktor Ianukovich apareceu numa entrevista televisiva para dizer que pretende voltar à Ucrânia para liderar a oposição e ajudar a acabar com a guerra no país. "Deus manteve-me vivo por alguma razão... Assim que tiver possibilidade vou voltar e fazer tudo o que estiver ao meu alcance para melhorar a situação da Ucrânia. Atualmente, a prioridade é acabar com a guerra", disse o ex-presidente ucraniano, que se encontra na Rússia. "O poder não vale os custos que a Ucrânia tem sofrido na sequência dos acontecimentos de 21 e 22 de fevereiro de 2014. Hoje, o país está destruído. Houve perdas territoriais, vítimas humanas e destruíram-se regiões inteiras", sublinhou na entrevista, citado por agências como a RIA Novosti ou a Reuters.

Alvo de um mandado de captura da Interpol desde janeiro, por desvio de fundos e fraude, Ianukovich negou as acusações de corrupção e defendeu os direitos da população do Leste da Ucrânia, onde um violento conflito entre separatistas pró-russos e militares ucranianos já fez mais de cinco mil vítimas mortais. Naquela mesma intervenção televisiva, o ex-líder do Partido das Regiões pediu ao regime de Kiev que deixe "de humilhar a população do Leste da Ucrânia" e "garanta a autonomia" das regiões daquela parte do país. De 64 anos, Ianukovich foi presidente entre 25 de fevereiro de 2010 e 22 de fevereiro de 2014. A sua recusa em assinar o acordo de associação com a União Europeia, em novembro de 2013, desencadeou uma onda de protestos na Ucrânia, que levaram ao surgimento do movimento Euromaidan - nome também usado agora para designar a Praça da Independência. A situação agravou-se entre 18 e 23 de fevereiro do ano passado, quando cerca de cem pessoas foram mortas naquela zona de Kiev, muitas delas por snipers.

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