Hungria usa gás e canhões de água contra refugiados. ONU critica

Croácia garante direito de passagem aos refugiados que se dirigem agora para lá.
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Canhões de água, bastonadas, gás pimenta e lacrimogéneo foram os meios das forças húngaras, que ontem carregaram sobre centenas de pessoas na fronteira com a Sérvia. Os refugiados forçaram o portão que divide a fronteira entre os dois países, em Roszke-Horgos, desencadeando a ação das forças de segurança da Hungria.

E enquanto a ONU criticava ontem à noite o tratamento dado aos refugiados pela Hungria, o Parlamento Europeu prepara-se para votar hoje a proposta da Comissão Europeia no sentido de que os 28 Estados membros repartam entre si e acolham 120 mil refugiados adicionais. Será uma forma de pressionar os ministros do Interior da União Europeia, que na próxima terça-feira voltam a reunir-se.

Dezenas de refugiados arrancaram pedras dos passeios, lançando-as na direção da polícia. Arrancaram as grades do portão que separa a fronteira, seguindo-se a reação da polícia de choque. As imagens do local mostram o caos, com centenas de pessoas a fugir, incluindo mulheres com bebés e crianças, que também foram alvos dos bastões da polícia húngara.

Alguns refugiados tiveram de ser assistidos do lado sérvio, devido à irritação provocada pelo gás lacrimogéneo. O governo húngaro indicou que pelo menos 20 polícias ficaram feridos nos confrontos com, pelo menos, 300 refugiados dos 500 que se encontravam junto à fronteira. Mais tarde, grupos de dezenas de pessoas conseguiram forçar a passagem para a Hungria.

No meio da confusão, também o repórter de imagem da TVI António Galvão foi atingido por gás. Valeu-lhe a ajuda dos refugiados. "Correram para o António para o ajudarem, tinha eu acabado de lhe atirar água para os olhos depois de ele ser atingido com gás pimenta. Disseram-me que para combater a inflamação tinha de ser com fumo . E puseram-se a fumar e a lançar baforadas para os olhos do António", explicou ao DN Pedro Moreira, jornalista da TVI, que viu o seu operador de imagem ser atingido com aquele gás durante os confrontos na fronteira.

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