O deputado e ex-secretário-geral adjunto do PSD Hugo Carneiro afirmou esta quinta-feira que sempre defendeu "o interesse público" e o rigor das contas, sem responder diretamente às suspeitas de que funcionários do partido teriam sido pagos via parlamento..Em declarações aos jornalistas no parlamento, Hugo Carneiro - que tinha o pelouro financeiro na anterior direção liderada por Rui Rio - confirmou que foi alvo de buscas domiciliárias, quer na residência de Lisboa, quer na do Porto, e que teve o seu telemóvel apreendido, assegurando colaboração total com a investigação, tendo já facultado 'passwords' de computadores e 'pins' de telemóveis.."A minha atuação sempre foi pautada pela defesa do interesse público, julgo que é reconhecido que sempre tivemos a preocupação no PSD, quando tinha estas funções, de transmitir o máximo rigor nas contas e situação financeira do PSD", assegurou o vice-presidente da bancada social-democrata..Do auto de busca, disse, constam referências a eventuais crimes de peculato, abuso de poder e prática de crimes por titulares de cargos políticos..O deputado salientou que o processo nasceu de "denúncias anónimas feitas ao Ministério Público" por colaboradores do partido, disse não ter tido para já indícios de que será constituído arguido -- para tal será necessário o levantamento da imunidade parlamentar - e assegurou não ter falado com o ex-presidente do PSD, Rui Rio, também alvo de buscas no mesmo processo..Questionado diretamente se tinha conhecimento de que haveria funcionários do partido pagos com verbas do grupo parlamentar, como noticiou a CNN (que acompanhou as buscas), Hugo Carneiro disse já ter transmitido à comunicação social o que queria dizer por hoje.."Há muitas coisas que constarão do processo que desconheço, a seu tempo irá desenvolver-se e o que me for questionado, não deixarei de responder", afirmou, dizendo estar sereno perante esta investigação, uma vez que sempre "defendeu o interesse público".