Hu Jintao quer novo modelo de crescimento para a China

No 18º Congresso do Partido Comunista chinês, que se iniciou quinta-feira e termina na próxima quarta-feira com o anúncio da próxima geração de líderes do partido, o atual Presidente da China, Hu Jintao, defendeu um "novo modelo de crescimento" para o país, de modo a combater a forte desaceleração económica.
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O novo modelo de crescimento que o Chefe do Estado chinês tem em mente seria baseado no fim dos privilégios do setor estatal e na reorientação da produção para o consumo interno, adianta a AFP.

Hu Jintao, que deverá ser sucedido pelo vice-presidente, Xi Jinping, na liderança no Partido Comunista Chinês (PCC) e da República Popular da China, estabeleceu um duplo objetivo: duplicar o produto Interno Bruto (PIB) e o rendimento que a população teve entre 2010 e 2011. Este objetivo implica manter o crescimento médio acima dos 7%.

"A procura interna vai permitir um crescimento de 7% a 8% por ano, na economia chinesa", alegou um economista do 'Bank of Communications', em Xangai, à AFP.

"Em resposta às mudanças económicas no plano nacional e internacional, é necessário acelerar a criação de um novo modelo de crescimento baseado numa melhor qualidade e em resultados superiores", declarou Jintao no seu discurso do 18º Congresso do partido.

Defendendo as ações dos seus dez anos de Governo, o Presidente, que viu a China passar do sexto para o segundo lugar da economia mundial no espaço de uma década, repetiu várias vezes que o objetivo é eliminar a pobreza e que a China chegue a 2020 como uma "sociedade moderadamente próspera".

Hu Jintao fez ainda questão de incentivar as empresas chinesas a ultrapassarem as fronteiras do país e formarem multinacionais, apelando a que as empresas privadas sejam tratadas em pé de igualdade com os gigantes estatais.

Acrescentou que não poupará esforços a favor "da segurança do Estado" e prometeu tornar a "economia pública mais dinâmica, reforçar o seu poder de controlo e aumentar o seu peso".

O cerne das reformas económicas é, segundo Jintao, "resolver corretamente as relações entre o governo e o mercado", um ponto que não estava presente no seu último discurso do Partido Comunista da China, em 2005.

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