Hotelaria nacional cada vez mais preocupada com o Brexit
Se em 2017 o turismo britânico em Portugal continuava a crescer sem efeitos do Brexit, os números hoje conhecidos confirmam os receios e fazem soar os alarmes na hotelaria nacional. Os empresários indicam, pela primeira vez, que houve mais turistas nacionais do que britânicos no Algarve neste ano, segundo um inquérito da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP).
Dados da AHP, a que o DV teve acesso, mostram que no ano passado apenas 6% apontavam o Brexit como um dos constrangimentos em 2018; neste ano o impacto da saída do Reino Unido da União Europeia foi referido por 18%, sobretudo por hoteleiros algarvios e madeirenses, destacou a diretora executiva da AHP, Cristina Siza Vieira. O Brexit aparece em segundo lugar no topo dos desafios, já os empresários elencam o custo da água, do gás e da eletricidade como o principal.
No próximo ano, o Reino Unido só terá melhor performance para 12% dos inquiridos. No pódio, mercados como o nacional deverão continuar a crescer, assim como o número de visitantes oriundos de Espanha e França. No que respeita a oportunidades, os hoteleiros enumeram os Estados Unidos, a China e o Brasil.
Outra das preocupações na agenda dos hoteleiros para 2019 é a taxa de ocupação por quarto. Apenas 22% acreditam que será melhor do que no ano anterior, sobretudo nas regiões norte e centro. Já a estada média, número médio de noites que um turista passa num hotel, "deverá ser idêntica à 2018". Mesmo assim, a maioria perspetiva uma melhor performance nas receitas e no preço médio.
Segundo a AHP, o mês de setembro continuará a "destronar" agosto, à semelhança do que aconteceu neste ano, sendo o lazer o principal segmento.
A AHP representa 65% da capacidade hoteleira nacional, com cerca de 700 associados. O inquérito, Hotelaria - Balanço 2018 e Perspetivas 2019, foi realizado entre 20 de novembro e 11 de dezembro junto de uma amostra de 40% dos empreendimentos turísticos associados.