Hospitais substituídos vão manter-se ligados à saúde
Os seis hospitais que fazem parte do Centro Hospitalar Lisboa Central (CHLC) vão manter-se ligados à saúde depois de serem substituídos pelo novo hospital Lisboa Oriental. O projeto da nova unidade foi apresentado ontem, pela terceira vez desde 2008, e espera-se que seja inaugurado em janeiro de 2023. Uma parceria público-privada apenas para a construção e manutenção do edifício, ficando a cargo do Estado a compra de equipamentos pesados, como TAC e ressonâncias magnéticas, e a gestão clínica.
A nova unidade vai substituir os seis hospitais que hoje constituem o CHLC - S. José, Santa Marta, D. Estefânia, Maternidade Alfredo da Costa, Capuchos e Curry Cabral - e vai traduzir-se em grandes poupanças, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado. "Serão 68 milhões de euros anuais de poupança com a concentração da atividade que está neste momento dispersa em seis hospitais num só", disse, referindo que a nova unidade terá 875 camas - com capacidade para mais 280 sem necessidade de obras -, 26 blocos operatórios, 113 gabinetes de consulta externa e 26 postos de quimioterapia.
Sobre os seis hospitais que estão no centro de Lisboa, o responsável adiantou que "algumas áreas serão aproveitadas ou requalificadas e continuarão ligadas à saúde". "Precisamos de respostas de proximidade nesta área de Lisboa que vai ficar sem um dos seus principais hospitais, de cuidados continuados, respostas na área de dia com cuidados personalizados. Estamos a estudar com a Câmara Municipal de Lisboa, Assembleia Municipal, representantes dos cidadãos o que podem ser as melhores soluções. Será uma componente mais virada para a doença crónica e para o acompanhamento de idosos", adiantou Manuel Delgado. Sobre a quem caberá a gestão desta ou destas unidades que se manterão abertas - uma administração independente ou ligada ao novo hospital - o mesmo disse que ainda não está definido.
Espera-se que o lançamento do concurso público internacional para a construção do novo hospital Lisboa Oriental aconteça ainda no segundo semestre deste ano e que a assinatura do contrato e inicio das obras seja em novembro de 2019. O novo hospital será em Marvila, dividido em três parcelas de terreno num total de 130 mil metros quadrados. A gestão clínica será pública e caberá ao Estado a compra de equipamentos médicos pesados, estimados em 100 milhões de euros. O investimento em construção e manutenção estimado em 300 milhões de euros, numa PPP a 30 anos, custará ao Estado uma renda a rondar os 16 milhões de euros anuais, segundo contas do secretário de estado da Saúde, Manuel Delgado.
Na apresentação do projeto, Ana Escoval, presidente da administração do CHLC, salientou a importância da construção do novo hospital, lembrando que têm neste momento "um parque tecnológico muito envelhecido, com avarias sistemáticas" e que "toda a infraestrutura hospitalar está no limite das suas capacidades ou em fim de vida".