Algarve. Câmara estipula meia-noite como hora de fecho para bares e restaurantes .Os bares e restaurantes instalados na Ilha de Tavira, Algarve, têm de fechar as portas ao público à meia-noite. A medida, que não agradou nem a proprietários nem a veraneantes, entrou em vigor neste fim-de-semana numa zona onde existe também um parque de campismo e 20 habitações. Entre as 23.00 de sábado e as 02.00 de ontem a GNR, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e a Polícia Marítima passaram a ilha a pente fino, mas não se registaram detenções. ."Há turistas que acampam todos os anos na Ilha de Tavira e já me disseram que agora vão para outro lado. É triste termos de ficar fechados em casa à meia-noite no Verão e perdemos clientes", lamenta Maria Odete. A proprietária do restaurante Regional não escondia, ontem, ao DN, a sua revolta pelo facto de as cerca de duas dezenas de bares e restaurantes situados na Ilha de Tavira, onde trabalha há 32 anos, terem de encerrar à meia-noite por ordem da câmara municipal. "Há anos, o Governo Civil ordenou o encerramento às 03.00 , depois passou para as 02.00. Agora, é a câmara que impõe um novo horário. Nada justifica isto", observou. .E a proprietária dá um exemplo de como em férias não existem horários para os muitos turistas que escolhem a ilha como destino: "Ontem chegou aqui um casal com filhotes já depois da meia-noite e até me doeu a alma não poder servir-lhes uma refeição. As crianças tinham fome e nada pude fazer. Nem uma garrafa de água nem uma sandes se pode comer àquela hora". "Isto não faz sentido e dá uma imagem muito negativa de Tavira. Os espanhóis que aqui estavam ficaram boquiabertos", acrescentou Humberto Pulga, residente na ilha. .Já o autarca tavirense, Macário Correia, considerou essas queixas "falsas e demagógicas", relacionando-as "com o comércio de álcool", e sublinhou ao DN que os estabelecimentos fecham à meia-noite com o objectivo de "melhorar a imagem da ilha, aumentar as condições de serenidade das pessoas que gostam desta zona e para combater o alcoolismo e o vandalismo que, nos últimos dois/três anos, vinham a assumir proporções cada vez mais preocupantes todos os fins-de-semana". .O autarca frisou ainda que "todas as concessões foram vandalizadas. A situação agravou-se porque não havia respeito pelos horários. Havia discotecas a funcionar no areal toda a madrugada e de manhã muitas vezes as pessoas que se dirigiam à praia para ocupar os seus toldos, viam esses espaços ocupados com indivíduos alcoolizados, pelo que nem sequer os concessionários conseguiam fazer a limpeza". |