"Herrera é super inteligente, entendeu o que era preciso para ganhar o lugar"

Ex-internacional diz ao DN que nunca duvidou das qualidades do médio mexicano e acredita que poderá chegar mais longe
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Héctor Herrera começou a época intermitente - até meio de setembro tinha somado apenas 39 minutos em três jogos. O internacional mexicano parecia não integrar as primeiras escolhas de Sérgio Conceição, mas a partir da sexta jornada, frente ao Rio Ave, entrou no onze e nunca mais saiu. Hugo Sánchez, considerado o melhor jogador mexicano de todos os tempos, nunca duvidou do valor do seu compatriota e diz ao DN que o médio de 27 anos não ficará por aqui, continuará a surpreender o treinador, mas também os principais clubes europeus.

"Surpreendeu-me que não tivesse iniciado a temporada a jogar no FC Porto. Nunca tive dúvidas sobre as suas qualidades. Aliás, cheguei mesmo a dizer no ano passado, quando o Pogba saiu da Juventus, que ele era o indicado para jogar no seu lugar. Tem um enorme talento. Sabe conduzir a bola, taticamente é excelente e aparece muitas vezes na frente para marcar golos. Não há muitos futebolistas como ele, é um jogador de clube de topo, como o meu Real Madrid", disse ao DN o ex-internacional mexicano que brilhou ao serviço dos merengues no final dos anos 80 e princípio de 90.

Quanto ao facto de no início da época não ter feito parte das escolhas de Sérgio Conceição, que parecia mais inclinado a apostar no espanhol Óliver, Hugo Sánchez acredita que foi tudo uma fase de adaptação ao novo treinador.

"Soube que o FC Porto tinha mudado de treinador e acredito que terão sido novos métodos e estilos de jogo que fizeram com que Herrera demorasse mais um pouco a entrar no esquema. Como já disse, ele é super inteligente e entendeu o que era preciso para ganhar o lugar. Compreendeu taticamente o que era preciso e depois de adaptado lutou pela posição. Importante foi ele nunca ter desistido. Se agora está bem, a jogar e a demonstrar tudo o que vale foi porque lutou por esse lugar. Isso também diz muito a um treinador, que apreciam que os futebolistas não desistam", salientou o antigo avançado da América Central.

Hugo Sánchez nunca escondeu a sua admiração pelos mexicanos que estão em Portugal, como Raúl Jiménez no Benfica, ou Layún, Coroña e Herrera do FC Porto. Mas sobre o médio azul e branco continua a manter a mesma opinião de quando este chegou à Invicta: acabará por rumar a um clube de topo.

"Sim, mantenho o que disse, chegará ainda mais longe. Os jogadores também têm muito a ver com o momento das suas equipas. O FC Porto não tem ganho, mas agora quea equipa está melhor, de certeza que os grandes clubes vão estar ainda mais atentos, até porque estão também muito bem na Liga dos Campeões. Sempre disse que Herrera tinha nível para grandes clubes. Quando falei do Real Madrid não foi apenas pela minha ligação ao clube e ao jogador, mas sim pelo seu talento. Vai conseguir atingir esse patamar", salientou Sanchéz, que também não se esqueceu de Layún e Coroña. "Outros dois grandes jogadores. Layún é um guerreiro, um lutador, tem uma força incrível. Já o Jesus [Coroña] é um talento, tem uma capacidade técnica acima da média. Todos eles podem fazer grandes carreiras na Europa."

Melhores médias que "rivais"

Há quatro anos em Portugal, este foi o pior arranque de Herrera no FC Porto em termos de jogos realizados. No entanto, desde que chegou ao onze, e não mais saiu, as médias do internacional mexicano têm subido e ultrapassado todos os seus colegas que lutam pela posição 8, concretamente Óliver e André André.

No capítulo da finalização, na Liga, o mexicano tem cumprido, com um golo e duas assistências, sendo que na eficácia de passe (88%) só é ultrapassado por André André (89%). Contudo, quase todo o jogo dos azuis e brancos passa por ele (83,5 toques em cada 90 minutos), dando uma preciosa ajuda ao médio defensivo Danilo, com uma média de 3,5 desarmes, aqui com Óliver a estar perto das suas marcas - 3,4.

O espanhol, aliás, consegue bater Herrera no que às ocasiões de golo diz respeito, com 0,8 por cada jogo, sendo que o mexicano, ainda assim, se aproxima com 0,6. Já André André também supera o agora titular no meio campo de Sérgio Conceição com as recuperações, 8,5 contra 7,5, e ainda nas perdas de bola - 9,7 do lado do português e 14,1 da parte do jogador da América Central.

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