Hello Goya!

A National Gallery de Londres inaugura hoje a primeira exposição mundial dedicada exclusivamente à obra de Francisco de Goya como retratista. O DN já a visitou.
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Um Goya pouco conhecido viajou até Trafalgar Square, no centro de Londres. Os britânicos aficionados do pintor espanhol conhecem sobretudo o mestre das Pinturas Negras, dos Caprichos e dos Desastres da Guerra. Mas a verdade é que cerca de um terço da produção artística de Francisco de Goya (1746-1828) é composto por retratos. Sob a direção do comissário Xavier Bray, a National Gallery reuniu agora quase metade dos 150 retratos produzidos pelo mestre espanhol. A exposição Goya: The Portraits [Goya: Os Retratos] é a primeira no mundo dedicada exclusivamente ao Goya retratista e promete ser o prato forte do Outono cultural londrino.

"Ele é sem dúvida um dos grandes [retratistas] da História da Arte. Goya foi inovador e pouco convencional", diz Bray. "Ele transcendeu os códigos da arte do retrato com a sua habilidade particular para revelar, de forma subtil, a personalidade, a psicologia e a vida interior dos seus retratados". Esta exposição sem precedentes é o resultado de quase 15 anos de trabalho. A ideia inicial surgiu em 2000 ou 2001, mas só em 2004 Bray arrancou verdadeiramente com a organização da mostra monográfica. Sete dezenas dos melhores retratos produzidos por Goya, provenientes de museus e colecionadores de todo o mundo, estão expostos a partir de hoje nas salas escuras e intimistas da Ala Sainsbury da National Gallery. Os visitantes podem apreciar o trabalho do retratista favorito da aristocracia espanhola, um artista que tinha uma capacidade de observação perspicaz e técnica muito apurada. "Goya era extremamente ambicioso. Para ele, o retrato era uma forma de avançar na carreira e no estatuto social. Mas cada obra era única. Ele nunca se repetia e gostava de experimentar novas técnicas", explicou ao DN o comissário Bray.

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