Hélder Amaral quer clarificada limitação de mandatos

O deputado do CDS-PP Hélder Amaral defendeu hoje que o partido deve definir um princípio para as eleições autárquicas, nomeadamente quanto à limitação de mandatos, defendendo que está em causa uma questão cívica, ética e moral.
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Em declarações à Lusa, o antigo coordenador autárquico, que é líder da distrital de Viseu, disse que no seu distrito não apoiará nenhum candidato que tendo atingido o limite de mandatos num concelho se candidate a outro e diz-se "chocado", por outras razões, com o apoio do CDS à candidatura de Avelino Ferreira Torres a Marco de Canaveses.

"O partido devia clarificar. A questão [da limitação de mandatos] pode ser jurídica, mas também deve ser cívica, deve ser ética e deve ser moral", afirmou Hélder Amaral.

"Acho que o partido tendo a melhor Câmara do país [Ponte de Lima] em termos de gestão, tem esse dever moral de não transformar o poder autárquico num poder onde o Estado de direito não existe, sem moral e sem regras", argumentou.

O deputado do CDS-PP considera que estaria no espírito do legislador, com o princípio da limitação de mandatos, "evitar um conjunto de interesses, de caciquismo".

"É possível que no mesmo distrito o candidato passe para o concelho do lado, levando consigo essa teia de interesses que se tentou evitar? É possível que um candidato passe para o município do lado, com quem conflituava e tinha interesses conflituantes?", questionou.

"Isso ajuda à transparência, à clareza e ao sentido ético que deve ter o serviço do poder local? Não me parece", sustentou.

Hélder Amaral admitiu que "Lisboa e Porto possam ter entendimentos diferentes", mas "isso tem pelo menos de ser explicado".

"Acho que o partido deve, tão depressa quanto possível, dar uma explicação, porque é que faz uma determinada escolha numa região do país e não faz noutra e até dar um sinal que no resto do país que essa não seja a prática", disse.

"Não conheço muitos mais exemplos, mas espero que o partido não multiplique esses exemplos e venha a apoiar candidatos que fazem essa transferência e cujo modelo de gestão inclusivamente possa ser posto em causa com os mesmos critérios e à luz do mesmo olhar que foi feito no Porto", afirmou.

Hélder Amaral considerou que para a Câmara Municipal do Porto, ao não apoiar Luís Filipe Menezes, o CDS-PP deu uma "explicação", no caso, "que aquilo que o partido rejeitava era determinado modelo de gestão".

"Essa prática parece-me razoável, esse é o CDS onde eu gosto de militar, bastante rigoroso e exigente nos critérios de gestão da coisa pública", disse.

No mesmo sentido, Hélder Amaral afirmou-se chocado com a candidatura de Avelino Ferreira Torres a Marco de Canaveses.

"A candidatura de Avelino Ferreira Torres choca-me se não houver uma explicação que a sustente. O partido tem que dizer porque é que aceita um candidato que anterior recusou, porque anteriormente o candidato também não estava condenado", esclareceu.

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