O ano que agora começa promete ser desafiante para as empresas que precisam de contratar recursos humanos qualificados. De acordo com dados de um estudo da Hays, consultora de recrutamento, o número de profissionais dispostos a mudar de emprego tem vindo a cair gradualmente, e situa-se agora em apenas 71%.."É o valor mais baixo dos últimos sete anos. E é a primeira vez que a percentagem de empregadores a querer recrutar ultrapassa a de profissionais interessados em conhecer novos projetos", afirma Paula Baptista, diretora-geral da Hays..Já a percentagem de empresas que pretendem contratar este ano situou-se nos 73%, "muito em linha com os dois anos anteriores", revela Paula Baptista. Uma situação que, segundo a responsável da Hays, "trará desafios inéditos em termos de capacidade de atração de talento"..E não se pense que serão apenas as empresas do setor das tecnologias de informação que vão sentir dificuldades em contratar. "O problema começa a afetar a generalidade das empresas. 79% já apresentam dificuldade em identificar os profissionais que procuram e, em 22% dos casos, esta dificuldade levou mesmo a algum tipo de quebra nos resultados do negócio", garante..Salários pressionados.Um novo cenário que pode vir a ter impacto nas remunerações. A consultora não perspetiva aumentos salariais muito significativos em 2017. No entanto, admite que este cenário poderá vir a sofrer alterações em breve.."O pacote salarial motivou cerca de metade das recusas de propostas de emprego em 2016, e uma fatia de 80% dos profissionais qualificados apontam a oferta salarial como um dos fatores que mais valorizam num potencial empregador.".Números que contrastam com os 23% de empresas que referem o pacote salarial como um dos seus pontos fortes para atrair os quadros de que necessitam. Este "desfasamento" entre as expectativas dos candidatos e das empresas pode vir a pressionar os salários.