Hamas pede aos palestinianos para respeitarem trégua

Líder do Hamas pediu a todos os grupos palestinianos para respeitarem a atual trégua em vigor com Israel, tendo o seu movimento anunciado que o líder da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, felicitou a organização pela sua "vitória".
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O movimento islamita Hamas decretou hoje dia feriado na Faixa de Gaza para celebrar a "vitória" sobre Israel e convidou todos os "cidadãos a festejarem este acontecimento e a visitarem as famílias dos mártires e aos feridos".

O chefe do Governo do movimento em Gaza, Ismail Haniyeh, apareceu em público e, em comunicado, o Hamas revelou que aquele falara telefonicamente com o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, que felicitou o dirigente islamita e a sua organização "pela sua vitória e expressou a sua simpatia para com os mártires".

Segundo o comunicado do Hamas, "o presidente saudou a determinação [palestiniana] perante a agressão e sublinhou a importância de se ter alcançado um cessar-fogo e de se evitarem as destruições da guerra". O Hamas anunciou ainda o seu apoio "à iniciativa nacional de pedir o estatuto de Estado observador às Nações Unidas a 29 de novembro".

A Assembleia-Geral da ONU irá pronunciar-se sobre o pedido palestiniano, sendo que neste órgão basta uma votação favorável por maioria simples para a concretização daquele estatuto.

O ambiente em Gaza era de festa e euforia, vendo-se predominantemente bandeiras do Hamas mas também algumas da Fatah, o movimento de Abbas que foi expulso do território em 2007, com a grande maioria da população nas ruas. Além de festejarem ou participarem em comícios daquelas duas organizações, e também da Frente Popular de Libertação da Palestina, os residentes de Gaza procuravam adquirir bens de primeira necessidade, enquanto operários e técnicos se atarefavam a reparar as infra-estruturas elétricas e passeios e ruas atingidas pelos ataques israelitas.

Através do ministro da Defesa Ehud Barak, o Governo israelita evocou a possibilidade de retomar os ataques, se o Hamas não respeitar o cessar-fogo. Este "pode durar nove dias, nove semanas ou mais, mas se isso não acontecer, sabemos o que devemos fazer e consideramos evidentemente a possibilidade de retomar as atividades [militares] em caso de disparos ou provocações", alertou Ehud Barak, em declarações à rádio pública.

O exército israelita anunciou a detenção de 55 palestinianos na Cisjordânia, que acusa de "atividades terroristas", poucas horas após a entrada em vigor do cessar-fogo.

Os oito dias de confrontos israelo-palestinianos causaram, segundo o mais recente balanço, 163 mortos palestinianos e seis israelitas, dos quais dois militares.

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