Hamas e Fatah anunciam governo de união
"Um acordo foi concluído sobre a formação de um governo independente dirigido pelo presidente Mahmud Abbas, no prazo de cinco semanas", de acordo com o comunicado lido pelo chefe do governo do Hamas em Gaza, Ismail Haniyeh, na presença de uma delegação da OLP.
A perspetiva de um acordo surgiu esta madrugada, durante uma reunião, em Gaza, de uma delegação da OLP e dirigentes do Hamas para formar um governo de união, composto por tecnocratas, disse uma fonte da missão da OLP, que pediu o anonimato, à agência noticiosa francesa AFP.
"Registaram-se também progressos na realização de futuras eleições e sobre a composição da OLP", acrescentou o responsável palestiniano.
As negociações para a reconciliação palestiniana foram lançadas, na sequência da ausência de progressos nas conversações de paz com Israel e uma semana antes do final do prazo de nove meses para chegar a um acordo israelo-palestiniano.
Repetidamente, no passado, os anúncios sobre a formação iminente de um governo de união palestiniano não foram concretizados.
A delegação da OLP, que chegou na terça-feira à noite à faixa de Gaza, é liderada por Azzam al-Ahmad, um dirigente do movimento nacionalistas Fatah. Foi recebida pelo chefe do governo do Hamas em Gaza, Ismail Haniyeh, e o "número dois" do movimento de resistência islâmica, Mussa Abu Marzuq.
As conversações decorreram à porta fechada.
"Peço que a reconciliação palestiniana seja concretizada para chegar a um governo, um sistema político e um programa nacional únicos", declarou Haniyeh, ao receber os delegados da OLP.
Azzam al-Ahmad disse estar "feliz por ver chegado o momento de pôr fim à divisão".
O Fatah, principal partido da OLP, e o Hamas assinaram em 2011, no Cairo, um acordo de reconciliação para pôr fim à divisão política entre os dois territórios.
Mas a maioria das cláusulas nunca foi aplicada.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, acusou os palestinianos de sabotar o processo de paz.
"A Autoridade Palestiniana, que ameaçava ontem dissolver-se, fala hoje de reunificação com o Hamas. Devem decidir se querem a paz ou a reunificação com o Hamas", lamentou Netanyahu.
O Hamas opôs-se categoricamente às negociações de paz com Israel.
EJ // JMR